Há uma verdadeira discussão de linguagem
quando nos defrontamos com o substantivo Amor e o verbo Amar. As controvérsias
são tão inúmeras que é comum perdermos a maior parte do tempo discutindo a
significação sem que alcancemos a condição de colocar os termos em prática. Por
serem palavras que sintetizam várias compreensões, Jesus as referiu inúmeras
vezes em suas prédicas, afinal ele sabia que o seu verbo ecoaria milênios
afora.
Como
entender, de forma prática, o que Jesus intentava ao estimular o Amor e o Amar
ao “próximo como a si mesmo”? Um exercício de substituição pode ser eficiente
ferramenta de auxílio. Saindo da abstração interpretativa que tais expressões
incentivam e dispondo verbos de “ação imediata” em seu lugar é possível
desvendar o que a profundidade de Jesus projetava como meio de tornar a
humanidade melhor.
Cravando
verbos como Cuidar, Zelar, Abraçar, Ouvir, Falar, Entender, Proteger, Alimentar
no espaço que originalmente se escreve Amor, Amar e a sentença de Jesus que
envolve todas essas ações quando exprime “Amar ao próximo como a si mesmo”
passa a expressar, ante as nossas dificuldades de interpretação, o que é
necessário para cumprir a Regra de Ouro.
Para
tal consecução há de haver a obrigatoriedade de olhar-se ao espelho. Questionar
se cuido, ou escuto ou falo ou zelo do outro como faço comigo mesmo. Nesses
casos não há como se confundir, pois esses verbos não deixam espaço para
dúvidas. Descobrir qual o verbo que cada um precisa para substituir os
originais é o tal caminho pessoal para pôr em prática um ensinamento de Jesus
que insistimos em não fazê-lo sob a alegação que tem um sentido, cujo
entendimento é discutível do ponto de vista semântico.
Ultrapassada
a dificuldade de compreensão ainda cabe questionar se o outro quer para ele
exatamente o que pretendemos. Novamente é necessário evocar Jesus, pois apesar
de dar o melhor de si para cada um que se acercasse Dele, geralmente indagava
antes de sua ação restauradora: “que queres que te faça?”.
Ensinando
o Amor e o Amar o Mestre nos conduz pela mão, qual crianças espirituais, para
uma estrada de autoconhecimento das carências mais profundas e potenciais mais
elevados de nossas almas. Acenava para um aprendizado de descobertas e
vislumbres que simplesmente indicava o caminho de produzir todo o bem possível
na construção de um espaço em comum que permita que a solidariedade seja o
princípio básico da convivência.
Há no planeta uma condição
de atender a todas as carências da Natureza, da sobrevivência à supra vivência.
Perceber a nossa posição individual é urgente. O percurso é longo e tortuoso,
impossível de ser vencido sem o concurso do coletivo de pessoas que nos cercam
com todas as contribuições da diversidade. A missão pessoal é buscar o nível de
satisfação na jornada dispondo o olhar no entorno para abraçar a jornada do
outro sem abrir mão de que alcance igualmente a satisfação na jornada. Pode-se
até sobreviver sozinho, jamais supra viver. A ambição e o egoísmo não cabem no
caminho do autoconhecimento, daí a importância do Amor e do Amar, com todas as
suas variações, “ao próximo como a si mesmo”.
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