quarta-feira, 4 de março de 2020

CUIDANDO DOS JARDINS E QUINTAIS


      
      
       Há quem acredite que a complexa estrutura do Universo, com todas as suas disposições infinitas nas dimensões macro e micro, incluindo o espetáculo da existência humana, não passa da associação de eventos dirigidos pela casualidade. Há diversas obras escritas exibindo tais teorias. Para quem assim pensa, a inteligência do Cosmo é o resultado de disposições meramente estatísticas e completamente desprovida de consequência, senão a de atravessar a ponte que tem como destinação o mergulho inevitável no nada. Felizmente a liberdade de livre pensar abre espaços democráticos para que crenças dessa natureza possam ser publicadas e são importantes para as conquistas da sociedade contemporânea.

            Não há como ignorar a genialidade de alguns defensores do determinismo universal que identificam os fenômenos que nos envolvem como fortuitos ensaios desprovidos de razão. Entre eles existem homens e mulheres que revelaram grandes verdades da astronáutica, as profundidades dos oceanos, os detalhes dos fenômenos subatômicos, a excepcionalidade dos cálculos da Matemática. Pessoas que merecem os louros de ter desvendado para a Terra os jardins e os quintais de um Universo infinito. Tantos entre eles trouxeram respostas contundentes a graves necessidades humanas e suas descobertas puderam ser utilizadas para a redução de males da vida planetária e solucionaram enigmas que tornaram menos difícil a escalada humana. Apenas não conseguiram extrapolar à fome e à sede de respostas objetivas a respeito da identidade divina que buscavam nas entrelinhas de suas conquistas.
            Os argumentos que se contrapõem à aceitação do Acaso como a origem da estrutura do Universo e o Nada a sua destinação, estão descritos nas questões de número 01, 04 e 08 de O Livro dos Espíritos, a seguir reproduzidas: “1. O que é Deus? – É a Inteligência Suprema, causa primária de todas as coisas; 4. Onde podemos encontrar a prova da existência de Deus? – Num axioma que aplicais as vossas ciências: não há efeito sem causa. Procurai a causa de tudo que não é obra do homem e a vossa razão responderá; 8. Que pensar da opinião que atribui a formação primária a uma combinação fortuita da matéria, ou seja, ao acaso? – Outro absurdo! Que homem de bom senso pode considerar o acaso como um ser inteligente? E, além disso o que é o acaso? Nada!”.
             Contrariamente ao que pensam as correntes que defendem a casualidade como principal interventora das realidades universais, a Doutrina Espírita é defensora da causalidade divina. Ensina-nos, no entanto a ter paciência com os que buscam, através de outros olhares, a compreensão da Natureza. Os seus parâmetros teóricos, fundados na ciência transcendental daqueles que já deixaram a Terra pela morte, são sinalizações para todos que ainda não transpomos tais limites. Efetivamente não são as crenças que catapultam os processos de evolução dos Espíritos, sim a capacidade que cada um tem no desenvolvimento de práticas que minorem as dificuldades e facilitem o trânsito pelos caminhos escarpados das existências no planeta. Cumprido o propósito de tornar a vida melhor nos quintais e jardins que nos cercam, eis que o infinito espaço da obra divina é a casa de todos, onde aprenderemos que as crenças são alimentam os propósitos passageiros, mas as obras é que nos permitem a conquista da felicidade que almejamos. Todos os teóricos do acaso terão a oportunidade de perceberem quanto se enganaram, mas se cumpriram o que lhes competia, fica tudo bem.   

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