Movimento deveras interessante tem aparecido
na linha discursiva de “consagrados” nomes do movimento espírita brasileiro,
que “estranhamente” e felizmente largaram o discurso conservador que serviu
como fonte de apoio e votos ao candidato beligerante, e também generecidade
política que sustentou o apoio velado ao bolsonarismo.
Podemos analisar tal “regeneração” sob muitos
aspectos, haja vista a multiplicidade de ângulos e interesses que tais
representações carregam socialmente, contudo, por deliberada escolha, este
texto focará na defesa e manutenção do território de fala.
O que é isto em miúdos?
Simples: foi sentido um abalo na hegemonia
discursiva da FEB.
Como assim? Explicamos: através da
popularização dos discursos humanitários, progressistas e à esquerda, que pela
via da razão, se provou em coerência com o pensamento de Kardec.
Quem foi responsável por isso? Todos nós que
utilizamos veículos de comunicação para contestar o apoio dos “medalhões”
federativos à necropolítica de Bolsonaro e trupe neoliberal perseguidora de
comunistas, homossexuais, mulheres, negros, trabalhadores em geral e afins.
Observar esta mudança não é motivo para
relaxar e deixar o barco correr sem a nossa maciça participação, mas ao
contrário, é para reforçarmos nosso lugar de fala, como seres políticos que
somos, em um contexto de violência e manipulação das crenças em benefício do
poder dominante.
Quem ajudou a eleger a Bolsonaro resolve
agora fazer discurso de “bonzinho” e com isso está tudo resolvido? Não! Claro
que não é sem complexidade que se desenrola um nó nesta dimensão.
O púlpito de hegemonia discursiva vai
continuar sendo contestado, sim!
Nós ocupamos um lugar de fala, e ele é
eminente político! Vai continuar em atividade, reunindo os corações de boa
vontade no exercício salutar da libertação das mentalidades, à luz da
codificação.
Não há como regredir, já nos disse a lei da
vida. E se alguém pensou que o posicionamento à esquerda foi apenas um evento,
está equivocado. Nós continuaremos com a manutenção das nossas conquistas,
desafiando a crítica e pontuando convicções renovadas pela fé raciocinada.
Que os novos “discursos” de nossos irmãos
“célebres” sejam bem recebidos, e nossos estudos, partilhas e fortalecimento
mútuo sejam ainda mais direcionados para uma vivência espírita coerente e
libertária.
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