A palavra sistema é bastante utilizada
atualmente, representando um conjunto de programas que executam tarefas
definidas em sua programação de trabalho, especialmente considerando a
realidade virtual, hoje totalmente expandida nos diversos segmentos sociais.
Por outro lado, também pode representar um
padrão de condução de uma empresa, ou um sistema de vida, pessoal ou familiar,
com critérios escolhidos livremente, como bem sabemos da condição humana e seus
variados comportamentos, suas múltiplas escolhas. Em síntese, podemos dizer que
é uma maneira de se conduzir, transformando-se em hábitos ou costumes, que
acabam estabelecendo padrões de comportamento, saudáveis ou não.
No conhecido livro “Parábolas e Ensinos de Jesus”, o
ilustre Cairbar Schutel, no capítulo “O
Espírito de Sistema e as novas verdades” faz lúcidas referências às
sucessivas e penosas lutas das grandes personalidades humanas que transformaram
o mundo, trazendo progressos variados, mas que tiveram – todos eles enfrentaram
resistência em seu tempo – que lutar contra o “espírito de sistema”, ou esta
mentalidade de resistência às novas descobertas ou às mudanças de modelos
ultrapassados. Isso é histórico. É aquela mentalidade de desvalorizar esforços
alheios, é aquela posição de desprezo para com as pessoas que se destacam e
pensam diferente do modelo antes estabelecido.
Por suas ideias e projetos muitos foram
mortos, sacrificados, torturados, outros sacrificaram-se, imolaram-se no
isolamento e na renúncia silenciosa, para legar – todos eles – os esforços de
suas pesquisas, seus estudos, que ao longo do tempo, beneficiaram toda a
humanidade. Não foram compreendidos quando apresentaram suas ideias, quando as
divulgaram, sofrendo desprezos, humilhações, perseguições, morte, enfrentando
os poderosos de os matizes que outro interesse não tinha senão manter o padrão
estabelecido de que se beneficiavam.
E isso não mudou. A realidade atual mostra
isso. O egoísmo ainda nos domina e ainda permanecemos fechados e irredutíveis
aos pontos de vistas, aos sistemas a que nos escravizamos, nos condicionamos,
deixando-nos conduzir por automatismos deploráveis, sem dar chance de abertura
aos novos tempos, `às novas ideias, aos transformadores da sofrida realidade
social.
Mas novos clarões já se projetam, pois, a Lei
de Progresso é inevitável.
Afirma Schutel no primeiro parágrafo de sua
reflexão: “O mundo não tem
progredido senão à custa de lutas e sofrimentos. Todas, as novas descobertas,
todas as grandes verdades, todos os grandes homens não têm conseguido exercer a
sua missão no nosso planeta senão com grandes sacrifícios e depois de uma luta
terrível contra o espírito de ignorância, que ensombra todas as camadas
sociais!”. E depois de valiosas considerações (sugerimos ao leitor
buscar o texto na íntegra), ele coloca com propriedade:
“Cada
jato de luz que vibra na mansão das trevas agita os ignorantes sistemáticos,
assim como os lampejos do Sol alvoroça os morcegos e as corujas que só se
comprazem com a noite.”
Não vou ficar nas transcrições, quero
estimular o leitor a buscar o texto integral. Ele conclui referindo-se à luta
das ideias espíritas frente à truculência das ideias materialistas,
gradativamente sendo vencidas pela clareza de uma realidade patente que hoje já
compreendemos.
Há uma frase, todavia, que chama muito a
atenção nessas lutas. E que motivou a presente abordagem. Considera o
benfeitor: “(...) a árvore
dos bosques não cai ao primeiro golpe do machado; é preciso muitas “machadadas”
(...)”.
A comparação é belíssima nessas lutas que
nunca cessam. É preciso mesmo perseverar, prosseguir e dar as constantes
“machadadas” (a comparação em hipótese alguma é com a violência, mas com o
trabalho continuado) da perseverança que vai vencer o preconceito, o orgulho, e
especialmente o espírito de sistema, que teima em escravizar, prender, coibir
iniciativas ou impedir o progresso e a felicidade, justamente pela mentalidade
de egoísmo que ainda nos domina e que nos faz esquecer a solidariedade....
Mas como somos potencialmente bons, esse
quadro vai passar e conquistaremos com trabalho a dignidade que deve nos
caracterizar como filhos de Deus.
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