“Caridade! palavra sublime que resume todas as virtudes, tu deves conduzir os povos à felicidade; em te praticando, eles criaram para si alegrias infinitas para o futuro, e, durante seu exílio na Terra, tu lhes serás a consolação, o antegozo das alegrias que gozarão mais tarde, quando se abraçarão todos juntos no seio do Deus de amor.” São palavras do Evangelho Segundo o Espiritismo e nesta hora me permito banhar nas energias que elas nos trazem, recordando que mesmo onde tudo parece morte há vida.
A humanidade de quem escreve estas linhas
tênues, frágeis nesta hora de espanto, é a primeira estampa de tudo o que
expressamos. É a força e a fraqueza juntas, alternando faces, conjugando a
esperança de evoluir mesmo quando tudo assemelha incertezas, porque é neste
exato instante que entra a fé, e as vozes dos espíritos nos fazem recordar que
a vida nunca cessa.
Esta vida corporal que tanto nos ilude em
arrogâncias põe em evidência a força e a resistência do que pertence ao
espírito e nos consola com a visão da eternidade.
Ontem eu despenquei pelos desfiladeiros do
apego às formas, dos medos e das revoltas que perpassam a mente e ganham
larguezas nas águas turvas dos pensamentos sobre impotência diante da dor. Mas
a imersão fez o senso liberto e o emergir arregimentou consolo na caridade de
quem ainda faz sentidas preces.
Oremos pelo mundo meus irmãos, sem medo do
julgamento letrado, tantas vezes opresso por um status de esfriamento que não
nos serve.
A caridade da prece diante da dor é profunda,
silenciosa e potente. Oremos pelos nossos, que não compreendem o rigor desta
prova e blasfemam afetando o senso de seguridade dos nossos ninhos.
O esforço de cuidar dos que nos são caros ao
coração também é prova de beleza balsamizando os ares.
Se a pestilência das ações humanas nos exige
tão alto preço ao menos tentemos converter a experiência dolorosa em
fortalecimento íntimo, na confiança dos filhos pequenos aos braços dos pais. E
a face materna de Deus nos traz serenidade desconhecida pelo comércio do mundo,
e apazigua desesperos.
Sejamos caridosos para com os que insistem
nos erros conhecidos, sem por isso silenciar os questionamentos nas horas
oportunas. Contudo, nesta exata hora, lembremos de orar pelos que sofrem mais,
e rogar o consolo às mães e pais, filhos e filhas, exemplos de nossa família
maior reunida na prova suprema de agora.
Não nos envergonhemos de sentir, de sofrer e
de amar os que sofrem mais. Não precisamos ser santos enquanto já nos basta
sermos espíritos na saga da evolução.
Em respeito a tudo que já assimilamos até
este pouso turbulento, oremos por nós mesmos, rogando a força de poder levantar
sempre que o peso das circunstâncias nos levar ao solo.
Caridade para conosco, também tem validade
quando a turbulência não cessa ao amanhecer e anuncia longas noites de
tragédia. Cuidemos de nossas almas combalidas pela sensibilidade. E uns pelos
outros, nos ocupemos de orar!
Vai passar, mas até que passe, oremos!
Vai passar. Tudo passa. Gosto sempre de brincar quando digo. Tudo passa. Até uva passa. Mas brincadeiras a parte que essa atual turbulência seja de muito aprendizado. Se realmente for para mudar a ordem dos fatores, penso que ainda está longe seu fim. Os objetivos ainda estão longe de serem alcançados. Que Deus nos dê graça e sabedoria para continuar. Oremos por todos, por tudo. Há de passar!
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