Entre as muitas escolas do pensamento algumas
há que buscam discutir questões, cujas comprovações estão muito longe de ser
determinadas pela Matemática ou qualquer ciência exata. Apesar dos esforços
para tornar o debate enriquecido pelas equações da Física Moderna, tais temas
haverão de trazer a polêmica para o campo de uma filosofia opinativa ou de viés
religioso. Assim é quando se trata da discussão quanto a existência de Deus.
Não
são exatamente as condições intelectuais que definem quem se coloca na defesa
ou na acusação quanto à aceitação de uma divindade. De toda forma é possível
encontrar em todos os níveis de cultura, pessoas que diferem a respeito do
tema. Há intelectuais e pessoas com menos estudos em ambas as frentes, cada
grupo munido de raciocínios mais ou menos complexos para definirem a sua
posição a esse respeito. Há os que julgam que não tem discussão e se fechem ao
diálogo, enquanto outros aceitam o debate apresentando argumentos que fazem
sentido dentro de suas próprias cogitações. O fato dos dois grupos, os que
defendem o ateísmo ou o deísmo, não terem elementos materiais para que se comprovar
as suas teses torna muito interessante o acompanhamento da peleja para aqueles que
julgam desnecessário entrar na discussão.
Parece-nos
que a maior controvérsia reside na compreensão do binômio
causalidade/casualidade, assim como na observância das questões morais com que
os homens revestiram a imagem da divindade. É comum que se observe equívocos de
interpretação que acabam por gerar a formação desses grupos de crenças. Os
espíritas não precisam comprar essa briga. Somos deístas e ponto. Apenas não
discutimos o nome que se dá a Deus, haja vista que a convicção de que “não há
efeito sem causa” torna infrutífero permanecer na querela. De certa forma, as
discussões que rolam mundo afora parecem debater apenas uma maneira original em
que cada grupo deseja carimbar a sua visão acerca de um Poder que desconhece,
mas está indiscutivelmente acima da condição humana.
Seguramente
que a visão descrita pela ortodoxia religiosa quanto à imagem de Deus é
apavorante aos olhos dos que querem ampliar o nível da discussão. Todos os
conceitos teológicos provêm da interpretação humana e logo são passíveis de
reparos. Somos incompetentes para definir Deus e estaremos cometendo erros
repetidos quando o tentarmos fazer seja por qual ângulo de visão que seja
adotado.
Todos
os conhecimentos são fundamentais para que se amplie o nosso ensejo de
compreender a complexidade que nos envolve. A resenha em torno da existência de
Deus é ferramenta de evolução. O aprendizado indireto que surge através dos
passos da Ciência e da Filosofia são degraus que conduzem a raça humana à
ampliação de suas possibilidades de leitura do Universo. Precisamos priorizar o
debate sem sectarismo estabelecendo critérios de respeito ao livre pensamento,
enquanto aprimoramos a nossa capacidade de convivência pacífica em relação ao
direito de escolha do outro. Afinal Deus, O Universo, A Energia Cósmica, Alá,
Javé, seja lá que nome se lhe dê e independente de que creia ou não em sua
existência, nos permite a vida em abundância para que possamos desvendar o que
está por trás de todo esse espetáculo que é o viver.
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