Como é importante disseminar os ensinamentos
espíritas, com fidelidade aos preceitos básicos doutrinários, procurando, nos
alicerces firmes da codificação kardeciana, os instrumentos necessários para
que a difusão da “Terceira Revelação Divina à Humanidade” ocorra com sucesso,
utilizando o critério de Kardec, totalmente identificado com a razão e o bom
senso.
Na obra “Estude e Viva”, ditada pelos
Espíritos Emmanuel e André Luiz, psicografada por Chico Xavier e Waldo Vieira,
no capítulo intitulado “Socorro Oportuno”, encontra-se o seguinte apontamento:
“(...) Lembra-te deles, os quase loucos de sofrimento, e trabalha para que a
Doutrina Espírita lhes estenda socorro oportuno. Para isso, estudemos Allan
Kardec, ao clarão da mensagem de Jesus Cristo, e, seja no exemplo ou na
atitude, na ação ou na palavra, recordemos que o Espiritismo nos solicita uma
espécie permanente de caridade – a caridade da sua própria divulgação” (1).
A Espiritualidade ressalta a consideração de
a difusão doutrinária estar alicerçada verdadeiramente na codificação realizada
magistralmente pelo magnânimo Kardec e iluminada por Jesus, como, igualmente,
seu divulgador estar preparado moralmente para esse mister e, com o sublime
propósito de servir aos irmãos de caminhada terrena. Pratica sublime caridade
aquele que propaga o Cristianismo Redivivo, sem macular o seu sublime conteúdo,
fundamentado no juízo sensato, respeitando os alicerces espíritas.
A Espiritualidade Superior, constantemente,
alerta os adeptos do Espiritismo a respeito da publicação de obras mediúnicas,
sem qualquer critério, destituídas de embasamento doutrinário e científico, fruto
de entidades inferiores não esclarecidas. Cada vez mais, os Instrutores do Além
enfatizam que seres obsessores, no intuito de atrapalhar a divulgação
doutrinária, se utilizam de muitos artifícios ardilosos e desagregadores.
Infelizmente, mentes sombrias conseguem obter infeliz sintonia com encarnados
invigilantes, improvidentes, os quais apreciam essa dependência aduladora,
considerando-se seres especiais, persuadidos de opiniões, em verdade,
desagregadoras e absurdas.
A Doutrina Espírita, em suas obras básicas e
complementares, aborda e esclarece esse processo mediúnico de mistificação,
denominando-o de obsessão por fascinação. Importante frisar que é comum que os
seres comprometidos nessa obsessão se intitulem como missionários, portadores e
propagadores de pseudorrevelações, enganando os indivíduos invigilantes,
orgulhosos, sedentos de novidades mirabolantes e que se tornam marionetes de
seres espirituais e encarnados que são geradores de graves cisões e
implementadores de discussões exaltadas no movimento espírita. Contra esses
embusteiros que intentam confundir os espíritas, a melhor estratégia é
estimular cada vez mais o estudo da Codificação Espírita e, então, desprovidos
de munição, eles se encontram cada vez mais acovardados, decadentes, isolando-se,
entrincheirando-se nos arraiais do crepúsculo no qual estão finalmente
insulados.
O Espírito de Erasto já afirmava que “se dois
princípios se contradizem, tereis a medida do valor intrínseco de ambos,
observando qual deles encontra mais repercussão e simpatia. Com efeito, seria
ilógico admitir que uma doutrina cujo número de adeptos diminui, seja mais
verdadeira que outra, cujo número aumenta. Deus, querendo que a verdade chegue
a todos, não a confina num círculo restrito, mas a faz surgir em diferentes
lugares, a fim de que, por toda parte, a luz se apresente ao lado das trevas
(2).
Livros, jornais e revistas encalhados
Realmente o que se verifica diuturnamente é o
encalhamento dos livros e periódicos que intentavam dinamitar os alicerces kardecianos,
mesmo com o esforço e a dedicação atual de seus infelizes adeptos que
tencionam, embora frustradamente, reverter essa situação.
Em “O Livro dos Médiuns”, o magnânimo Allan
Kardec aponta, dentre vários reconhecimentos dessa obsessão, a ilusão do
médium, o qual mesmo sendo inteligente não percebe o embuste e crê na
infalibilidade e na identidade absoluta dos Espíritos que se comunicam, sob
nomes respeitáveis e veneráveis, dizendo falsidades e absurdos (3). Sem o
embasamento do “Controle Universal do Ensino dos Espíritos”, deve-se sempre
desconfiar e passar pelo crivo da razão kardeciana as mensagens mediúnicas
atribuídas, por exemplo, aos discípulos de Jesus e que, eivadas de misticismo,
propagam ideias incongruentes, como, igualmente, os que se preocupam em ditar,
em detrimento da Doutrina Espírita, revelações absurdas, sem manifestarem ou
aceitarem qualquer tipo de avaliação crítica em relação ao conteúdo da
mensagem.
Erasto, na Epístola aos habitantes da cidade
de Bordéus, no sudoeste da França, fez a seguinte declaração, alertando os
profitentes espíritas: “Que a paz do Senhor esteja convosco, meus bons amigos
(...) Sei quão profunda é a vossa fé em Deus e quanto sois adeptos da nova
revelação. (...) aproveito com entusiasmo esta ocasião (...) para vos mostrar o
quanto seria funesta para o desenvolvimento do Espiritismo a notícia de uma
cisão no centro espírita (...) tudo farão para semear a divisão entre vós (...)
Vos colocarão uns contra os outros, a fim de fomentar a divisão e levar a uma
ruptura, por todos os títulos lamentável (...) Vossos excelentes guias já vos
disseram: tereis que lutar não só contra os orgulhosos, os egoístas, os
materialistas (...) e sobretudo com a turba de espíritos enganadores que (...)
em breve virão assaltar-vos: uns com comunicações sabiamente combinadas (...) insinuarão a
heresia ou algum princípio dissolvente; outros com comunicações abertamente
hostis aos ensinos dados pelos verdadeiros missionários do Espírito de Verdade.
Ah! Crede-me, não temais desmascarar os embusteiros, que, como novos Tartufos,
se introduziriam entre vós sob a máscara da religião (...) a ninguém cabe
subtrair-se ou querer impor sua opinião e seu sentimento, quando estes não
forem aceitos pelos outros membros de uma mesma família espírita...”.
O audaz mentor espiritual expressou-se com
franqueza, de modo contundente e assim explicou: “era necessário vos premunir
contra um perigo que era meu dever assinalar; venho cumpri-lo”. (R.E.
novembro/1861).
Essa advertência de Erasto, em Bordéus, foi tornada
pública, em 14 de outubro de 1861. À guisa de esclarecimento, dois meses após,
nessa mesma cidade, começou a elaboração de uma obra mediúnica, apontando
como autores os “evangelistas e demais
discípulos de Jesus” e, vindo a lume, em maio de 1866, foi pomposamente
denominada de “Revelação da Revelação” (a codificação do Espiritismo só seria
concluída, em 1868, com a publicação de "A Gênese").
Deve-se desconfiar sempre de informações
mediúnicas prolixas, contendo muitas repetições, cansando o leitor e
apresentando linguagem com estilo empolado, pomposo, solene, carente de
conteúdo, revelando postura de grandeza, de poder, de superioridade,
intensamente egocêntrica e eivada de vaidade.
Importante seguir as instruções de Erasto,
enfatizando: “na dúvida, abstém-te, diz um dos vossos antigos provérbios. Não
admitais, pois, o que não for para vós de evidência inegável. Ao aparecer uma
nova opinião, por menos que vos pareça duvidosa, passai-a pelo crivo da razão e
da lógica. O que a razão e o bom senso reprovam, rejeitai corajosamente. Mais
vale rejeitar dez verdades do que admitir uma única mentira, uma única teoria
falsa” (4).
O querido e saudoso confrade Herculano Pires,
fiel discípulo da Doutrina Espírita, sempre se preocupou em desmascarar os
falsos profetas da Dimensão Espiritual e chamar a atenção dos adeptos da
“Terceira Revelação Divina à Humanidade” para se resguardarem dessas mentes
funestas, incluindo seus médiuns presos às teias da fascinação obsessiva.
Bibliografia
1-Livro
“Estuda e Viva”, pelos espíritos de Emmanuel e André Luiz, médiuns Chico Xavier
e Waldo Vieira, cap. 40, FEB;
2-
“O Evangelho Segundo o Espiritismo” cap. 3, “Os Falsos Profetas da
Erraticidade”, Erasto, tradução de José Herculano Pires;
3-
“O Livro dos Médiuns”, Allan Kardec, cap. XXIII, item 243;
4-
“O Livro dos Médiuns”, cap. 20, item 230.
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