Uma
proposta deste modelo levanta as seguintes explicações:
No córtex cerebral se origina a atividade
motora voluntária e consciente. Ali também são codificadas todas as percepções
sensitivas que chegam ao cérebro e organizadas as funções cognitivas complexas.
Para tornar-se consciente, a atividade cerebral precisa estabelecer uma
interação entre o córtex cerebral, o tálamo e a substância reticular do tronco
cerebral e do diencéfalo, na qual se situa o centro da consciência. Uma lesão
nessa substância provoca o estado do coma.
Da substância reticular projetam-se estímulos
neuronais ativadores ou inibidores da atividade do córtex cerebral, responsável
pelos diversos estágios de consciência. Desta forma, o fato de uma manifestação
mediúnica ser consciente ou não, após o fenômeno para o medianeiro, deve
envolver estas áreas ligadas à consciência, certamente objetivando algum
benefício para a estrutura do sensitivo.
Ao estudar a anatomia e fisiologia do córtex,
concluímos que os fenômenos da psicografia, a vidência, a audiência e a
psicofonia devem ter a participação ativa dessa estrutura, pois ali se
encontram as áreas específicas para a escrita, visão, audição e fala. Mesmo
quando na inconsciência do médium, esses centros devem ser ativados para
decodificação e organização motora do fenômeno. Na ausência de um bloqueio do
sistema reticular ativador ascendente (por parte do médium ou do espírito
comunicante), as mensagens seriam sempre conscientes e o médium poderia
acrescentar sua participação, distorção, ou a falta de detalhes dependeria do
maior ou menor grau de desenvolvimento mediúnico. Essas interferências do
sensitivo são chamadas de anímicas e sempre se fazem presentes, pois o fenômeno
tem que se expressar a partir dos recursos intelectivos, emocionais e culturais
do medianeiro. Elas diferem da ação maldosa de criaturas que simulam tais
fenômenos na busca de terem algum tipo de ganho pessoal – o que a doutrina
espírita também chama de charlatanismo.
Os gânglios ou núcleos da base, constituídos
por aglomerados de neurônios situados na profundidade da substância branca
cerebral, são responsáveis por funções motoras automáticas e involuntárias, e
fazem parte do sistema extrapiramidal. Eles controlam o tônus muscular, a
postura corporal e uma série de movimentos gestuais que completam a
movimentação voluntária; após o nascimento, coordenam a nossa gesticulação
reflexa e automatizada. Progressivamente surgem os movimentos intencionais
(voluntários), projetados pelo córtex através de sua área motora principal, que
se vão sucedendo com maior facilidade, tornando-se automáticos. Considerando o
fenômeno mediúnico da psicografia e da psicofonia, pode-se observar que os
médiuns, ao discursar ou escrever sob influência do espírito comunicante,
geralmente o fazem revelando gestos, posturas e expressões mais ou menos comuns
aos todos sensitivos, o que leva a crer que haja uma ação de característica
primária na utilização dessas áreas cerebrais durante a fenomenologia,
provocando essa semelhança no agir.
Na psicografia, por exemplo, a escrita
frequentemente ocorre com muita rapidez, as palavras podem aparecer escritas
com pouca clareza e as letras, geralmente, são grandes, provavelmente, para
facilitar a escrita rápida. A caligrafia é sem capricho e não há necessidade de
o médium acompanhar o que escreve, podendo, inclusive, ocorrer escrita em
espelho. Nesses tipos de fenômenos, os médiuns conscientes relatam que são
levados a escrever ou falar como se isso independesse de suas próprias
vontades.
Numa correlação da fisiologia do sistema
extrapiramidal (gânglios da base e área cortical pré-motora) com as
características da comunicação mediúnica, pode-se dizer que o espírito
comunicante se utilizaria desse sistema automático para se manifestar com maior
rapidez, com um mínimo de gasto de energia e menor interferência consciente do
médium e maior possibilidade de suceder uma amnésia. Essas comunicações seriam
resultado de uma constelação de automatismos complexos, desempenhados pelo
sistema extrapiramidal do médium, mas com a co-autoria do espírito comunicante.
Como essa atuação não impediria a consciência do médium, ocorreriam ingerências
voluntárias do sensitivo, podendo ele interromper o fenômeno quando quisesse ou
necessitasse, justificando desse modo a necessidade da educação mediúnica.
Na ausência de bloqueio desse sistema
reticular ativador ascendente, por parte do médium ou do espírito comunicante,
as mensagens seriam sempre conscientes, com que o médium poderia acrescentar
sua participação intelectual na comunicação, causando, muitas vezes, dúvidas no
intermediário sobre a realidade do fenômeno. O que se acredita, atualmente, é
que nenhuma comunicação mediúnica seja totalmente inconsciente, pois é sempre
necessária a participação do córtex. O fenômeno da inconsciência seria fruto de
amnésia provocada pelo desligamento entre os elementos sutis do espírito e da
estrutura psíquica do médium (interação de campos de força), provavelmente
envolvendo o sistema reticular ativador ascendente.
Os trabalhos modernos da neuropsicologia têm
identificado no córtex do hemisfério direito as funções correlacionadas com a
organização de noção geométrica e espacial. Quando ocorrem lesões nessas áreas
as falhas nos desenhos são muito características: os objetos são esquematizados
com negligência de detalhes, ficando as figuras incompletas. Os médiuns que
captam informações à distância ou registram visões imateriais também costumam
descrever suas percepções com falta de detalhes ou amputações, semelhantes às
das síndromes do hemisfério direito. Esse nível de distorção ou de falta de
detalhes dependeria do maior ou menor grau de desenvolvimento mediúnico ou da
utilização dessas áreas cerebrais durante este tipo de fenômeno, dando como
resultado essas percepções distorcidas.
O tálamo é um núcleo sensitivo por
excelência, exercendo um papel receptor, centralizador e seletor das
informações advindas dos botões sensórios. Assim, todos os estímulos do tipo
dor, tato, temperatura e pressão, percebidos em toda extensão do corpo,
percorrem as vias neurais, terminando no tálamo. Aqueles estímulos são
percebidos, priorizados e selecionados, chegando ao cérebro apenas os mais
convenientes ou os mais urgentes. Para os de menor importância, o tálamo pode
fornecer as informações desejadas, quando essas são requeridas pelo cérebro.
Desse modo, o tálamo exerce um papel bloqueador,
interrompendo o caminho até o córtex cerebral, o qual será alcançado se a
informação for nova ou de interesse ou, ainda, de risco. É bem provável que
muitas sensações somáticas referidas pelos médiuns, dando a impressão da
aproximação de entidades espirituais, sejam efeitos dos estímulos talâmicos. A
possibilidade de facilitação ou inibição para a sensibilidade desses estímulos
espirituais estaria sob o comando do córtex cerebral, acrescida à própria
postura atenciosa do médium, em especial, devido ao seu estado emocional ou a
sua postura disciplinar na mediunidade.
Desse modo, o tálamo exerce um papel
bloqueador, interrompendo o caminho até o córtex cerebral, o qual será
alcançado se a informação for nova ou de interesse ou, ainda, de risco. É bem
provável que muitas sensações somáticas referidas pelos médiuns, dando a
impressão da aproximação de entidades espirituais, sejam efeitos dos estímulos
talâmicos. A possibilidade de facilitação ou inibição para a sensibilidade
desses estímulos espirituais estaria sob o comando do córtex cerebral,
acrescida à própria postura atenciosa do médium, em especial, devido ao seu
estado emocional ou a sua postura disciplinar na mediunidade.
Acredita-se na possibilidade da melatonina
ter importante papel na gênese de algumas patologias psiquiátricas, como a
depressão e a esquizofrenia.
A literatura oferece uma série de informações
que dão destaque especial a essa glândula, como núcleo gerador de irradiação
luminosa, servindo como porta de entrada para a percepção do mundo espiritual e
como elemento físico através do qual o espírito rege toda a estrutura somática.
André Luiz, através da psicografia de Francisco C. Xavier, no livro
“Missionários da Luz”, assim se refere à pineal:
“É
a glândula da vida mental. Ela acorda no organismo do homem, na puberdade, as
forças criadoras e, em seguida, continua a funcionar como o mais avançado
laboratório de elementos psíquicos da Criatura terrestre (…). Ela preside aos
fenômenos nervosos da emotividade, como órgão de elevada expressão no corpo
etéreo”.
Dr. Jorge Andréa sobre esta glândula, em seu
livro “Forças Sexuais da Alma”, afirma:
(…) “seria realmente o casulo das energias do
inconsciente, a sede do espírito, pela possibilidade de ser a zona medianeira
de transição entre o energético e o físico. A glândula pineal deve ser
considerada a glândula da vida psíquica; a glândula que ilumina toda a cadeia
orgânica, orientando as glândulas de secreção interna através das estruturas da
hipófise. (…) seria a tela medianeira onde o espírito encontraria os meios de
aquisição dos seus íntimos valores, por um lado, e, pelo outro, forneceria as
condições para o crescimento mental do homem, num verdadeiro ciclo aberto,
inesgotável de possibilidades e potencialidades. Descartes atribuiu-lhe a honra
de ser a sede da alma, ou seja, o ponto em que a alma se pendia ao corpo. Ela
seria uma chave de ligação elétrica, ou melhor, uma válvula. Os nervos seriam
os canais por onde passam os impulsos eletromagnéticos eletroquímicos, mas
seria no corpo pineal que se registrariam esses impulsos e transmitidos para o
espírito”.
Pastorino, no livro “Técnicas da Mediunidade”,
ao comentar sobre a calcificação da glândula, assim se expressa:
“A própria chamada areia (sais calcários) tem
sua tarefa específica, ainda não revelada: com suas lâminas concêntricas
desincumbe-se de seu serviço à semelhança daquela pedra natural denominada
galena, que possui capacidade idêntica, de detectar ondas hertzianas”.
Na própria pedra galena é indispensável
procurar um pontinho microscópio para conseguir essa transmutação. Assim ocorre
com o corpo pineal, muito superior em seu funcionamento à galena. Nele temos,
não propriamente como interpretou Descartes, mas como a válvula
transmissora-receptora de vibrações do corpo astral a regular todo o fluxo de
emissões do espírito para o corpo físico e vice-versa. Daí sua grande importância
para a mediunidade. Ao se observar a sensibilidade da pineal à luz, pode-se
pensar ser ela também mais sensível às vibrações eletromagnéticas. A irradiação
espiritual seria essencialmente semelhante à onda eletromagnética que
conhecemos, compreendendo assim sua ação direta sobre a pineal. Isso também
explicaria o porquê da maior presença de fenômenos mediúnicos em situações
desprovidas/ ou de pouca luminosidade.
Desse modo, num primeiro contato do médium
com a entidade espiritual, esse encontro se daria através da pineal. A ação
química, a partir do grau de estimulação no fenômeno mediúnico, explicaria
aquelas sensações relatadas pelos médiuns, bem como as flutuações da
intensidade e frequência dessas. Á medida que desenvolva sua capacidade e
moral, o médium terá as sensações diminuídas em seus aspectos dolorosos,
fazendo da mediunidade, cada vez mais, um instrumento de crescimento e de
felicidade.
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