A irresponsabilidade política – fruto de
nossas imperfeições morais que geram omissão ou indiferença de eleitores e
mesmo interesses de ambos os lados, e abusos dos eleitos – trouxeram o país ao
quadro preocupante aí presente. Por outro lado a fragilidade de nossas leis e o
sistema político, que não buscam o interesse da nação e permitem abusos de toda
ordem, geraram o caos escancarado no panorama político que abala a Pátria.
Mas o país é mais que políticos e suas leis.
Políticos desonestos ou corruptos responderão perante a própria consciência no
devido tempo. As leis sofrerão, no amadurecimento trazido pelo tempo, as
alterações que as tornem justas e não permitam os abusos ora em andamento.
Aliás, vale dizer que a corrupção não está apenas na política, ela habita antes
em nós mesmos...
E repetimos, o país é mais que políticos e
suas leis. O país é seu povo, de índole pacífica, de coração aberto, de
generosidade espontânea, na riqueza da sensibilidade e da cultura, das artes,
das crenças e do trabalho que se constrói diariamente.
Nada, pois, de pessimismo. Esperança, postura
de firmeza na fé e no trabalho, honestidade e continuidade dos altos propósitos
de viver. Aqueles que estão a abusar, aqueles que corrompem, que mentem, que
enganam, responderão no curso do tempo, não por castigo, mas por consequência
mesmo das leis que nos regem a vida.
O quadro que aí está é fruto do egoísmo que
ainda nos corrompe a alma humana. É fruto igualmente de um condicionamento
intelectual imposto para atender interesses escusos, mas tudo isso passará
porque o progresso é uma lei inexorável, que não pode ser detida.
Estamos todos em gigantesco processo de
aprendizado, vamos amadurecer com isso, sairemos escolados. Por isso é preciso
é uma postura de firmeza, fé, lealdade à Pátria, compromisso com a nação e não
com interesses outros.
Todo mundo sabia que o quadro chegaria ao
ponto que chegou e mesmo assim, como nação, permitimos isso. Incoerência, não é
mesmo? Faltou amadurecimento ou os interesses pessoais e corporativos falaram
mais alto? Não faltou antes pensar na nação como um todo?
Agora cabe-nos solucionar isso e
pacificamente, afirme-se! Mas somos nós mesmos, como coletividade nacional, que
deveremos reparar o quadro que aí está, mesmo a custo de intensos sacrifícios.
Este é o preço da imaturidade, da ausência de reflexão e da prevalência dos
interesses egoísticos, ao invés dos interesses nacionais e coletivos.
Mas há
uma frase final numa sábia mensagem do Benfeitor Emmanuel, na psicografia de
Chico Xavier, que sempre usei individualmente em minhas dificuldades e agora
constato, o valor dessa frase para o uso nacional diante do momento difícil e
complexo do país. Diz a frase: “(...) Por meios que desconheces, Deus permanece
agindo.” Muitos achamos que somos autossuficientes, que tudo podemos e
comandamos, mas isso é pura ilusão. Existe uma inteligência maior que tudo
comanda e nossa suposta fortaleza cai por terra até com uma picada de mosquito
(diga-se: dengue!). É muita ilusão achar que se pode controlar tudo e todos por
todo o tempo.
Uso
outras frases da mesma mensagem para reforçar nosso pedido de esperança aos
brasileiros: “(...) Não esmoreças (...)”, “(...) Abraça o dever que a vida te
confia (...)”, “(...) Deus nunca nos abandona (...)”. E convido o leitor para
refletir sobre a profundidade dessas breves afirmações. O que cabe em cada uma?
Quais os desdobramentos?
Confiemos plenamente na destinação histórica e espiritual da Pátria. Procuremos
conhecer mais sobre isso para saber de nossos compromissos coletivos, sem nos
deixarmos levar por induções que corrompem e maltratam. É preciso erguer a
cabeça com dignidade, porque, afinal, tudo isso vai passar. E a vida não se
resume nessas poucas décadas de permanência no planeta; há muito pela frente...
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