Não haverá espectro político que possa
justificar a proliferação do discurso de ódio no meio espírita. Eis o
pensamento livre desta que se posiciona progressista mas não está angariando
aprovações e segue contribuindo com reflexões pertinentes a uma vivência mais
próxima da ciência espírita e menos influenciada pela religião, sem abdicar da
amorosidade por compreender que os caminhos da evolução não precisam ser
cunhados na violência.
Como reencarnacionistas podemos afirmar que a
pressa em mudar os patamares das vivências coletivas poderão conduzir algumas
ingênuas boa-vontades a erros evitáveis. Apesar de corroborarmos com discursos
condutores de transformações desde nossa natureza espiritual educável, existe
um fio tênue que por consciência convém evitar transpor, e este sinal será dado
sempre que o outro, o externo, o responsável pelo próprio arbítrio, se tornar
alvo de nossas exigências transformadoras.
A ciência espírita é questionadora! É
analítica. Tem rigor e deveria seguir métodos em todos os campos de estudo,
pois a racionalidade traz esta plataforma de convergência.
Deste chão seguro se espalham as anunciações
de vitória da vida sobre a morte, nos permitindo elevar expectativas para além
da experiência premente, embora estejamos avisados sobre a importância da hora
para a jornada harmônica ou traumática de cada um de nós, espíritos em
descoberta do amor; o aspecto emocional não tem se mostrado confiável condutor
quando sobrepõe a razão, o bom senso e se desprende da ética espírita.
Ainda não alcançamos em maioria, talvez, a
autonomia almejada no campo do equilíbrio. Talvez estejamos tentando compensar
nossas falhas agarrando a vida a jargões de lutas sociais, que perderão o sentido
se a partir deles liberarmos quaisquer tipo de agressões; pois não há coerência
em defender a vida ameaçando a vida.
Se nossas bocas criticam a fé alienada das
obras societárias, que possamos perceber as armadilhas de mergulharmos em lutas
duras, isentas de misericórdia e piedade.
É lícito criticar no intuito do
aprimoramento, mas quando tomamos o cuidado de exemplificar nosso próprio
esforço para aprimorar as formas de lutar, além de lícito é maravilhoso!
Por muito se amarem se deixam reconhecer os
cristãos, e se o espírita se admitir cristão, um compromisso de amor
prontamente se firma com o próximo. Por mais que saibamos o caminho, não será à
força que converteremos aqueles que se perdem. Por este motivo, Jesus exorta o
exercício do perdão incontável.
Discurso de ódio é sinal da ausência de
piedade, perdão e por conseguinte, harmonia interior.
A voz que amaldiçoa revela as patologias da
alma e o Espiritismo é raio de sol, que se permitirmos a nós envolver, tem
força de cura e libertação.
Que o silêncio não oculte a fraqueza moral da
permissividade no meio espírita progressista, pois o discurso de ódio tem força
de contaminação e sempre que avança cumpre a função histórica de travar o
progresso moral.
Oremos e atuemos em prol das liberdades, com
amor.
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