sábado, 20 de junho de 2020

DISCURSO DE ÓDIO NO MEIO ESPÍRITA


 
Não haverá espectro político que possa justificar a proliferação do discurso de ódio no meio espírita. Eis o pensamento livre desta que se posiciona progressista mas não está angariando aprovações e segue contribuindo com reflexões pertinentes a uma vivência mais próxima da ciência espírita e menos influenciada pela religião, sem abdicar da amorosidade por compreender que os caminhos da evolução não precisam ser cunhados na violência.

Como reencarnacionistas podemos afirmar que a pressa em mudar os patamares das vivências coletivas poderão conduzir algumas ingênuas boa-vontades a erros evitáveis. Apesar de corroborarmos com discursos condutores de transformações desde nossa natureza espiritual educável, existe um fio tênue que por consciência convém evitar transpor, e este sinal será dado sempre que o outro, o externo, o responsável pelo próprio arbítrio, se tornar alvo de nossas exigências transformadoras.


A ciência espírita é questionadora! É analítica. Tem rigor e deveria seguir métodos em todos os campos de estudo, pois a racionalidade traz esta plataforma de convergência.

Deste chão seguro se espalham as anunciações de vitória da vida sobre a morte, nos permitindo elevar expectativas para além da experiência premente, embora estejamos avisados sobre a importância da hora para a jornada harmônica ou traumática de cada um de nós, espíritos em descoberta do amor; o aspecto emocional não tem se mostrado confiável condutor quando sobrepõe a razão, o bom senso e se desprende da ética espírita.

Ainda não alcançamos em maioria, talvez, a autonomia almejada no campo do equilíbrio. Talvez estejamos tentando compensar nossas falhas agarrando a vida a jargões de lutas sociais, que perderão o sentido se a partir deles liberarmos quaisquer tipo de agressões; pois não há coerência em defender a vida ameaçando a vida.
Se nossas bocas criticam a fé alienada das obras societárias, que possamos perceber as armadilhas de mergulharmos em lutas duras, isentas de misericórdia e piedade.

É lícito criticar no intuito do aprimoramento, mas quando tomamos o cuidado de exemplificar nosso próprio esforço para aprimorar as formas de lutar, além de lícito é maravilhoso!

Por muito se amarem se deixam reconhecer os cristãos, e se o espírita se admitir cristão, um compromisso de amor prontamente se firma com o próximo. Por mais que saibamos o caminho, não será à força que converteremos aqueles que se perdem. Por este motivo, Jesus exorta o exercício do perdão incontável.

Discurso de ódio é sinal da ausência de piedade, perdão e por conseguinte, harmonia interior.

A voz que amaldiçoa revela as patologias da alma e o Espiritismo é raio de sol, que se permitirmos a nós envolver, tem força de cura e libertação.

Que o silêncio não oculte a fraqueza moral da permissividade no meio espírita progressista, pois o discurso de ódio tem força de contaminação e sempre que avança cumpre a função histórica de travar o progresso moral.

Oremos e atuemos em prol das liberdades, com amor.

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