Tiago anota em sua epístola “Irmãos, não
faleis mal uns dos outros. Quem fala mal de um irmão, fala mal da lei e julga a
lei? e, se tu julgas a lei, já não és observador da lei, mas juiz.”[1] Ora, o
fuxico espera a boa-fé para turvar-lhe as águas e inutilizar-lhe esforços
justos. O mal não merece o laurel dos avisos sérios. Atribuir-lhe muita
importância nas atividades verbais é alagar-lhe a esfera de atuação.
Emmanuel adverte que “falar mal” será render
homenagem aos instintos inferiores e renunciar ao título de cooperador de Deus
para ser crítico de suas obras. A maledicência é um tóxico sutil que pode
conduzir o discípulo a imensos disparates. Quem sorva semelhante veneno é,
acima de tudo, servo da tolice, mas sabemos, igualmente, que muitos desses
tolos estão a um passo de grandes desventuras íntimas. [2]
Quando se fala mal de algo ou de alguém para
um cúmplice e este concorda com o que é dito, ambos por autoengano sentem-se
“melhores” e “avigorados”, pois ambos legitimam aquele sentimento ruim, e faz
com que “percebam” mais força, e ganhem uma imensa “autoconfiança” para o mal.
O filósofo Platão admoestou: “Calarei os maldizentes continuando a viver bem; eis
o melhor uso que podemos fazer da maledicência” [3].
Amaldiçoada e destrutiva é a palavra na boca
de quem alista falhas do próximo; tóxico perigoso é a demonstração condenatória
a escoar nos beiços de quem fuxica; barro podre, exalando enxofre, é a oscilação
desafinada das cordas vocais de quem recrimina; braseiro tenebroso, escondendo
a verdade, é a intriga destrutiva. “Ai do mundo por causa dos escândalos,
porque é necessário que venham os escândalos, mas, ai daquele homem porque
venham os escândalos.”. [4]
Quem se afirme espírita não pode esquecer que
os críticos do comportamento alheio acabam, quase sempre, praticando as mesmas
ações recriminadas. Deploramos o clima de invigilância admitida pelas aventuras
do entusiasmo desapiedado dos caluniadores, com suas mentes doentias, sempre às
voltas com a emissão ardente da fofoca generalizada. Confrades que ficam
“felizes” ante as dificuldades e eventuais deslizes do próximo. Assestam a
volúpia do fuxico, com acusações infames sobre fatos que ignoram, sempre em
direção às aflições e lutas íntimas de pessoas que tentam se erguer de algum
desacerto na caminhada.
Aos mexeriqueiros malévolos e viciados
críticos dos erros de conduta do próximo recomendamos a seguinte reflexão: na
viagem de mil quilômetros, como dizia Chico Xavier, não nos podemos considerar
vitoriosos senão depois de chegarmos à meta almejada, porque nos dez últimos
metros, a ponte que nos liga ao ponto de segurança pode estar caída e não
atingiremos o local para onde nos dirigimos.
Finalmente, não esqueçamos que a palavra
constrói ou destrói facilmente e, em segundos, estabelece, por vezes,
resultados gravíssimos para séculos.
Referências
bibliográficas:
[1] Tiago, 4: 11)
[2] XAVIER , Francisco Cândido. Fonte Viva ,
ditado pelo Espirito Emmanuel, RJ: Ed FEB 1990
[3] Platão , disponível em
http://pensador.uol.com.br/autor/platao/ a cessado em 6/5/2013
[4] Mateus 18:7
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