Há quase dez anos participo de reunião mediúnica semanal que já foi apresentada nesse blog como Grupo de Mediunidade Pedagógica. O grupo tem como finalidade desenvolver a mediunidade, sem hierarquia de funções entre o grupo e com atividades de desenvolvimento mediúnico, inclusive com jovens e adolescentes.
Muito do trabalho está ligado a atender espíritos que estão voltados para processos obsessivos contra uma pessoa, família, ou mesmo uma ideia.
Observando o caminhar do grupo, é possível notar que algumas coisas se repetem nos atendimentos. Passamos a entender muitos de nossos problemas e como os interiorizamos e acabamos por desenvolver processos obsessivos, onde nos consumimos energicamente em ideias, de forma fanática e fundamentalista.
Esse processo de repetição, de aprendizado, de sensibilidade, fez com que as conversas com espíritos fossem direcionadas dentro de linhas de pensamento, que evoluíram ao longo do tempo. Hoje, resumo a linha que guia a interação com
O reencontro é a busca do espírito em si de sua origem divina, essencialmente boa, sua luz interior, que por diversos motivos ele apagou e tenta se convencer de que não há mais nada que transcenda nele, nada que o ligue ao Criador. Esse momento é importante na conversa, pois tira a atenção do espírito do objeto de sua obsessão para si mesmo, ele se percebe no tempo e no espaço, como espírito eterno e em aprendizado. A percepção tempo-espaço relativiza todas as dores que sente e que fizeram com que se afastasse do caminho da evolução.
O reencontro é um momento especial, emocionante, pois a lembrança da origem divina e de que no passado houve coisas maiores e melhores do que vive hoje abre a vontade de voltar a trilhar por esses caminhos, e que na verdade são seus, desde sempre.
Esse momento é emocionante, por, segundo relatos repetidos por muitos espíritos, abrir uma erupção de sentimentos que causa medo e até vergonha, pois voltar ao caminho é reencontrar também velhos conhecidos, a quem o espírito acha que decepcionou e que, inclusive, diz que não poderia estar nem ao lado deles. Nesse momento, a ideia do reinício toma força.
A linha de diálogo nesse momento ressalta a força daqueles que o amaram, que o ensinaram, e como será bom ser acolhido e tratado por todas essas entidades que o amam nesse momento de restabelecimento de forças e sintonia com Deus (sem julgamentos, uma vez que todos estão na mesma linha de evolução).
O processo dialético é um símbolo do progresso, de um modo contínuo, muito apropriado para imaginar nosso processo reencarnatório e consequente aproximação de nosso fim, como espíritos. Na sessão espírita, o reencontro do espírito com sua essência divina, naturalmente boa, é uma síntese necessária; não importa o que ele faz, como ele faz ou até o que o motiva a fazer o processo obsessivo. O reinício é outra síntese a partir da tese do reencontro, é o momento que deixa claro o quanto Deus é misericordioso conosco, aceitando-nos de volta sem qualquer senão, algo que precisa ser colocado de forma clara ao espírito, que já está pronto e precisa ser amparado na volta para casa, pois está com medo de ser julgado e punido por seus atos.
Por fim, o mais importante de anotar neste artigo é a força do amor verdadeiro, daquele que marca a alma, que é eterno, e o motor de tudo o que diz respeito a nós, como indivíduos ou como humanidade. Sempre há alguém para nos apoiar e acolher, alguém que se importa conosco.
Em relação à humanidade, como encarnados, pensar em reencontro e reinício também se faz necessário. Buscar aquilo que realmente nos fará crescer é imprescindível e pode transformar nosso ambiente terreno, que se encontra ainda poluído por ideias que nos afastam do entendimento da vida e do próximo, deixando-nos fracos perante a vida. E assim poderemos então estabelecer objetivos transcendentes de amor e evolução individual e coletiva.
Toda reunião mediúnica é profundamente pedagógica pelo aprendizado que cada depoimento fornecido pelos Espíritos comunicantes proporcionam.
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