Naquela manhã do dia 31/03/1869, aos 65 anos incompletos, o mundo dos encarnados fecha as suas portas para o homem que personificou a maior revelação espiritual depois de Jesus, Allan Kardec. Nessa data o Codificador do Espiritismo deixa o corpo físico e deriva para o mundo que descortinara de uma forma inaudita, a esfera espiritual.
É possível imaginar a sua entrada na dimensão espiritual, ele que trouxera para a humanidade a certeza da imortalidade promovendo a mais ampla pesquisa metafísica de todos os tempos. Havia transformado o que passava de uma crendice, na melhor hipótese um dogma, numa realidade palpável ao pesquisar os fatos que transbordavam da superficialidade das mesas girantes. Transferido para o mundo dos Espíritos o iluminado amigo deixava atrás de si um legado que eternizou a sua existência, passados 152 anos de sua partida.
Kardec vive, 152 anos depois, sempre que uma pessoa que seja examine qualquer de suas obras, exame que se multiplica aos milhões ao redor do mundo.
Kardec vive, 152 anos depois, toda vez que uma cogitação é respondida à luz da Doutrina Espírita e assim facilita a compreensão e ilumina o entendimento.
Kardec vive, 152 anos depois, quando se aquece um coração materno afligido pela perda do filho querido e tem renovado o ânimo ao sabê-lo vivo após a morte física.
Kardec vive, 152 anos depois, diante da divulgação séria e fiel de cada grupamento espírita que distribui educação espiritual no seio da sociedade.
Kardec vive, 152 anos depois, quando a mensagem de Jesus, codificada pela Terceira Revelação, se torna plataforma e base de justiça social e luta pela redução das desigualdades.
Kardec vive, 152 anos depois, quando a Ciência e a Fé se inter-apoiam num binômio de lucidez e força cimentando os degraus de ascensão da compreensão humana diante dos muitos desafios da história.
Kardec vive, 152 anos depois, quando o receio da morte se transforma em serena compreensão do rito de passagem que revela a verdadeira casa, que é o mundo espiritual.
Camille Flammarion (astrônomo – 26/02/1842 a 03/06/1925) em longo discurso de homenagem ao sepultamento, assim se refere ao Codificador: “Ele, porém, era o que eu denominarei simplesmente “o bom senso encarnado’”. Ali e naquele final de inverno/início de primavera, no Cemitério do Pére-Lachaise, em Paris, descia ao sepulcro o pai dos preceitos da fé raciocinada, o homem que falava com os Espíritos, o pedagogo da educação da alma. Todos que ali acompanhavam o grave momento sabiam, tão bem quanto hoje se sabe que a sua passagem pelo mundo jamais seria esquecida.
Na celebração desse momento, em tão conturbado trânsito de aflições que atinge a humanidade tomada pela pandemia, acendamos as luzes em homenagem ao célebre amigo, que nos revelou a luz da eternidade. Allan Kardec, o amigo de Jesus.
Kardec, o quanto devemos a ti...
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