domingo, 11 de abril de 2021

ANTICRISTO E SUAS GARRAS

 


O Anticristo para muitos seres representa um símbolo do mal. Para outras pessoas, ele é personificado como satânico, engolfado na luta contra o bem. Importante considerar que o Anticristo, igualmente, é apontado, em preponderância, como um aglomerado de forças espirituais e físicas que tentam impedir que seja implantado, em nosso orbe, o desenvolvimento evolutivo das criaturas, buscando evitar o paulatino despertamento e exteriorização das sublimes potencialidades adquiridas do Supremo Criador, no momento da fecundação cósmica do ser espiritual.

Os sagazes inimigos do aperfeiçoamento espiritual se enquadram, na Doutrina Espírita, na categoria dos espíritos imperfeitos, terceira ordem, destacando a décima classe, a dos espíritos impuros, caracterizados pela inclinação ao mal, de que fazem o objeto das suas preocupações.

São entidades aprisionadas às paixões inferiores, vivenciando ostensivamente orgulho, vaidade, presunção, ódio, cobiça, inveja, raiva e outros males. Paulo denomina-os de “hostes espirituais da maldade”, de “principados”, de “potestades” e de “príncipes das trevas” (1). “Como espíritos, dão conselhos pérfidos, sopram a discórdia e a desconfiança e mascaram-se de todas as maneiras para melhor enganar. Ligam-se aos homens de caráter bastante fraco para cederem às suas sugestões, a fim de induzi-los à perdição, satisfeitos por conseguirem retardar-lhes o adiantamento, fazendo-os sucumbir nas provas por que passam” (2).

Ação sombria do anticristo

Todos aqueles que labutam na arena física e espiritual, distanciados da estrada do bem, caminhando por trilha sombria, pensando e agindo, principalmente, contra o Mestre Jesus e sua excelsa doutrina, são denominados de agentes do Anticristo, inimigos da luz. À guisa de exemplificação, pelo lápis mediúnico de Chico Xavier, há o relato da presença de uma falange de seres extrafísicos, rotulada como “Dragões do Mal” e com a denominação de “das trevas”, tendo como chefe, um ser malsão, chamado Gregório (3).

Os comparsas encarnados das falanges sombrias são escolhidos, de acordo com sua estagnação em faixas espirituais inferiores, exatamente naqueles que ostentam posições sociais importantes, principalmente no campo religioso, na política, na arte, na imprensa e no magistério. Assediam-os no intuito de malbaratarem os valores nobres e as posturas éticas, denegrindo o estatuto familiar, estimulando as criaturas à sexualidade precoce e promíscua, intrometendo-se em questões sexuais que devem ser discutidas reservadamente pelos pais, como igualmente propagando o horrendo crime do aborto.

Aproveitando o estado espiritual inferior dos que anseiam locupletar-se financeiramente, através da desonestidade, envolvem-os em escândalos, principalmente facilitando a corrupção, os rombos no erário público, esvaziando como ratazanas os cofres públicos.

Muitos seres por invigilância, durante o repouso noturno, são atraídos por essas sombrias hostes do mal e, doutrinados por sugestão hipnótica, passam a se comportarem como robôs, destituídos do espírito crítico, completamente antagônicos à razão.

Muitos Diversos conflitos familiares surgem devido ao comportamento e as ideias antagônicas ao bem comum exteriorizados por esses companheiros situados na faixa da fascinação obsessiva. Quase sempre são agentes da discórdia, completamente obnubilados, até mesmo defendendo ideias de indivíduos completamente distanciados do padrão comum, muitos até punidos pela lei com encarceramento ou enquadrados como portadores de distúrbios do comportamento antissocial, vulgarmente conhecidos como psicopatas.

Os seres situados na oitava classe, exatamente os pseudossábios, são os mais envolvidos pela subjugação hipnótica desses seres situados na falange anticrística, porquanto “de conhecimentos bastante extensos, julgam saber mais do que realmente sabem. Tendo feito algum progresso sob vários pontos de vista, sua linguagem tem um caráter sério e pode levar a enganos quanto à sua capacidade e às suas luzes, mas muito comumente é simples reflexo dos preconceitos e das ideias sistemáticas da vida terrena. É a mistura de algumas verdades ao lado dos maiores absurdos, em cujo meio sobressaem a presunção, o orgulho, a inveja e a teimosia, de que não se despojaram” (4).

Tanto na arena física, quanto nas paragens extrafísicas, os asseclas do Anticristo, junto com suas vítimas doentias, robotizadas, ao lado de pregarem mensagens de esperança e consolo, agindo como mansos cordeiros, revelam-se igualmente como lobos disfarçados, tentando solapar todos os ideais sublimes, principalmente os que provêm do Evangelho do Cristo e do Consolador prometido por ele, a excelsa Doutrina Espírita.

Dotados de uma acurada técnica de infiltração, apresentam-se como hábeis sedutores, envolvendo a todos com táticas enganadoras, baseadas no mau uso das faculdades intelectivas, procurando manter relações afetivas baseadas no engodo, no fingimento, na impostura e na dissimulação das emoções para conseguirem se incluir, se integrar, em grupo social importante, tanto de posição religiosa ou não.

Utilizam o disfarce, a aparência enganadora, cobrindo com uma máscara psicológica a sua verdadeira personalidade. Em verdade, essas infelizes criaturas estão a serviço de trevosas entidades do além, extremamente astuciosas e más, as quais aspiram conquistar as dimensões físicas e espirituais, considerando-se futuros vencedores na ilusória batalha travada do mal contra a luz.

 Ardiloso ataque à Doutrina Espírita   

O saudoso e conceituado escritor espírita, Hermínio Miranda, certa feita, abordando o tema, afirmou: “O movimento espírita precisa estar atento a essas investidas, pois é muito apurada a técnica da infiltração. O lobo adere ao rebanho sob a pele do manso cordeiro; ele não pode dizer que vem destruir, nem pode apresentar-se como inimigo; tem de aparecer com um sorriso sedutor, de amizade e modéstia, uma atitude de desinteresse e dedicação, um desejo de servir fraternalmente, sem condições e, inicialmente, sem disputar posições.

Muitas vezes, esses emissários das sombras nem sabem, conscientemente, que estão servindo de instrumentos aos amigos da retaguarda. A sugestão pós-hipnótica foi muito bem aplicada por espíritos altamente treinados na técnica da manipulação da mente alheia. É a utilização da fraqueza humana de que falava Hitler”.

Continuando, Hermínio disse: “A estratégia é brilhantíssima e extremamente sutil, como, por exemplo, a da ‘atualização’ e da ‘revisão’ das obras básicas da Codificação, a da criação de movimentos paralelos, o envolvimento de figuras mais destacadas no movimento em ardilosos processos de aparência inocente ou inócua. Estejamos atentos, porque os tempos são chegados e virão, fatalmente, vigorosas investidas, antes que chegue a hora final, numa tentativa última, desesperada, para a qual valerá tudo. Muita atenção. Quem suspeitaria de Adolf Hitler, quando ele compareceu, pela primeira vez, a uma reunião de meia dúzia de modestos dirigentes do Partido dos Trabalhadores? ”?” (5).

A tática empregada pelos embusteiros do além, agentes do Anticristo, para desacreditar a Doutrina Consoladora de Jesus é bem ardilosa, agindo enfaticamente na edição e propagação de obras paralelas, com finalidade sombria de ser divulgadora de falsas informações sem cunho doutrinário para fomentar divisões e cisões, sendo “pomo da discórdia”, desunião e divergências, principalmente quando aponta para falsos deslizes cometidos por vultos importantes do cristianismo.

Como a Doutrina do Consolador surgiu a partir da pesquisa meticulosa de Kardec, através do intercâmbio com os espíritos, o caminho que os agentes trevosos sempre empregaram é igualmente o processo mediúnico. Contudo, há uma diferença significativa, comparando os dois, porquanto o ilustre codificador utilizou, a despeito dos outros, o critério da universalidade do ensino dos Espíritos, “que constitui a força da Doutrina Espírita”, sabendo que as revelações que surgem, através do instrumento mediúnico, “devem ser consideradas como opiniões pessoais, sendo imprudente aceitá-las e promulgá-las levianamente como verdades absolutas” (6).

A codificação espírita sucessivamente ressaltou a importância de credibilizar a comunicação mediúnica pela concordância que existe nas revelações, feitas por grande número de médiuns estranhos uns aos outros e em diversas regiões, como garantia da unidade do Espiritismo e como critério de averiguação da verdade.

Diz o magnânimo Kardec: “Prova a experiência que quando um princípio novo deve ter a sua solução, é ensinado espontaneamente em diversos pontos ao mesmo tempo e de maneira, senão na forma, ao menos no fundo” (7).

Por conseguinte, o “Consolador prometido por Jesus” ressalta também a utilização da razão, à qual é preciso submeter tudo quanto venha dos espíritos, sem qualquer exceção: “Toda teoria em manifesta contradição com o bom senso, com uma lógica rigorosa e com os dados positivos que se possuem, por mais respeitável que seja a sua assinatura, deve ser rejeitada” (8), ainda mais se provém somente de uma fonte mediúnica. Inúmeras comunicações ditas mediúnicas vindas de uma mesma instituição não satisfazem o critério da universalidade proposto pelo codificador.

Assim, portanto, as revelações, trazidas pelos “Instrutores do Além” a Kardec, têm que ser respeitadas e quaisquer outras manifestações de cunho filosófico ou religioso que surjam e desejem guarida na Doutrina Espírita, primeiramente tem que ser analisada, verificando se estão em concordância com a codificação e se ferem a razão.

Por mais que se apresentem disfarçadas, revelando algum cunho moral, para fazerem parte do arsenal doutrinário espírita, necessitam passar pelo bisel do discernimento kardeciano e, então, repelidas, se situarem, no local certo, nas paragens espiritualistas não espíritas. Por conseguinte, não devem essas pretenciosas mensagens se rotularem como dignas de inserção no robusto alicerce espiritista.

Em uma próxima edição, o tema continuará sendo exposto, de acordo com sua importância, ressaltando a exemplificação da presença do Anticristo, tentando penetração no arcabouço espírita.

 

Salve Jesus! Salve Kardec!

 

 

 

 

 

Bibliografia

    “Epístola aos Efésios,” 6:12;

    “O Livro dos Espíritos”, Questão 102;

 

3-  “-    Libertação”, André Luiz, psicografia de Chico Xavier;

 

4-  “-    O Livro dos Espíritos”, Questão 104;

 

5-  “-    Reformador”, março de 1976, Hermínio C. Miranda,

 

6-  “-    Revista Espírita” de 1864, páginas 100 e 101, EDICEL;

 

7-  Ibidem-    Ibidem, páginas 102 e 104;

 

8-  Ibidem-    Ibidem, página 101.

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