Viver é um ciclo incessante de consequências. Não é casual que a caminhada seja uma alternância de passos, cujos pés em harmonia de compasso impedem a queda iminente. Os momentos arquitetam tramas que se demonstram após sequência mais ou menos longa de acertos e desacertos cometidos desde quando decidida a caminhada. Nascidos num mundo que permite a exploração das características que nos são próprias, para o bem e para o mal, é parte do enredo que as esquinas guardem surpresas que reforçam a necessidade da manutenção do foco, com a repetição de fatos e ocorrências. O senso diz que é a lição aprendida que traz a mudança de cenário.
Se fosse factível dispor a trajetória da humanidade ao longo do tempo em que se desenvolvem as civilizações, talvez fosse possível identificar traços bastante evidentes para que se desse o entendimento das situações que produzem os gargalos e irrompem na ruptura social que produzem os atrasos e as desgraças que acometem as pessoas e as nações.
Allan Kardec arrazoa em O evangelho Segundo o Espiritismo (cap XXV – Buscai e Achareis, item 8 – Olhai as Aves do Céu) a permissividade produtiva do planeta que disponibiliza em plenitude os recursos e assinala quais as atitudes repetidas que acabam gerando o descarrilar da trajetória humana lançando precipício abaixo as aquisições até então ajuntadas. Tão importante abordagem do Codificador merece ser transcrita na totalidade e assim será feito: “8 – A Terra produz o suficiente para alimentar a todos os seus habitantes, quando os homens souberem administrar a sua produção, segundo as leis de justiça, caridade e amor ao próximo. Quando a fraternidade reinar entre os povos, como entre as províncias de um mesmo império, o que sobrar para um determinado momento, suprirá a insuficiência momentânea de outro, e todos terão o necessário. O rico, então, considerará a si mesmo como um homem que possui grandes depósitos de sementes: se as distribuir, elas produzirão ao cêntuplo, para ele e para os outros; mas, se as comer sozinho, se as desperdiçar e deixar que se perca o excedente do que comeu, elas nada produzirão, e todos ficarão em necessidade. Se as fechar no seu celeiro, os insetos as devorarão. Eis por que Jesus ensinou: Não amontoeis tesouros na Terra, pois são perecíveis, mas amontoai-os no céu, onde são eternos. Em outras palavras: não deis mais importância aos bens materiais do que aos espirituais, e aprendei a sacrificar os primeiros em favor dos segundos. (Ver cap. XVI, nº 7 e segs.). Não é através de leis que se decretam a caridade e a fraternidade. Se elas não estiverem no coração, o egoísmo as asfixiará sempre. Fazê-las ali penetrar, é a tarefa do Espiritismo”.
A humanidade tem, de novo, a chance de acertar. Estamos dispostos a isso? Fica a reflexão de Jesus: “Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? Ou com sede, e te demos de beber? (Mateus 25; 37).
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