Quando eu nasci ( e renasci) trouxe comigo um instrumento que a escola ativou, a alfabetização aprimorou e o letramento deslanchou, para navegar águas revoltas sem me afogar na revolta, tive que aprender a usar, esta boia salvadora se chama escrita!
O transbordar genuíno de uma vazão racional, emocional e psicologicamente afinada com a ética que nos faz existir enquanto coletivo, espécie socialmente agregada, e por isso mesmo vulnerável às mesmas tipologias de sofreres; somos nós diante dos benefícios dos saberes, identificando o quanto precisamos nos conhecer mais.
O país Brasil estilhaçado em dores nos confunde. A ânsia de soluções imediatas nos atordoa. Nos hospitais morrem nossos amores, lentamente, sem recursos; na ausência de pudores de todos nós que sabemos porque os equipamentos, remédios e profissionais necessários não estão lá, a nos socorrer nesta fatal urgência de vitórias sobre a morte.
A política foi maculada e não há religião que salve nosso povo desta consequência.
Não se prendem nem desatam com correntes de oração tamanha derrocada social, cultural, humanitária.
O prato de prantos não resvala solidariedade. O canto de cada individualidade foi montado em crenças inúteis, princípios fúteis, negação da ligação transcendental que na alegria ou no desespero de muitas formas nos unifica.
Somos agora um monte de coisas vencidas, se acreditando estrelas escolhidas! Estrela cadente é fatalismo circunstancial. Não há Brasil social. Não há sofrimento igual.
A guerra polida não emociona. Destruir é a rota ensandecida dos punitivistas de práxis religiosista.
Se a dor física que consome nossos irmãos não nos sensibiliza, e se diante da sensibilidade recorremos à culpas sexuais e afrontas ideológicas, este é o sinal de que estamos em massa um povo contaminado, o vírus é capital.
Não haverá salvação para os que oram no monte e a única forma de salvar este coração é ofertá-lo no front. A luta do amor é trabalhada na razão, no cuidado, na seleção das forças mais sutis em benefício dos sorrisos e esperanças.
O ranço do ódio é a chave da doença.
A luta dessa hora é política. Assim como se dará politicamente o que chamamos de cura.
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