Por Roberto Caldas
Houve épocas em que as grandes navegações buscavam o mapa das estrelas para sangrarem os oceanos em busca de terras desconhecidas. Da mesma forma os picos e as rochas se tornavam importantes auxiliares para os andarilhos e nômades que vararam os caminhos em suas viagens constantes. No século XV a bússola aparece como uma tecnologia de facilitação para reduzir os riscos de expedições se perderem. O GPS é a bússola dos novos tempos.
Significa que qualquer tentativa de movimentação de longo percurso, em todos os tempos, exigiu que houvesse o conhecimento de Pontos de Referência para que o destino fosse alcançado de forma satisfatória. Sem tais parâmetros os desvios e os descaminhos eram o resultado de incontáveis desembarques, que chegavam a lugar nenhum.
Convém admitir que não é apenas nos deslocamentos pelo espaço que importam os Pontos de Referência. Os impulsos subjetivos, sejam emocionais ou transcendentais, gravitam em torno de determinadas diretrizes que estabelecem o comportamento de pessoas e coletivos. O senso comum é uma forma espontânea de reagir aos acontecimentos do dia a dia e se baseiam nos aspectos culturais de cada grupamento.
Pode-se considerar que o desenvolvimento individual e da sociedade depende de planos traçados e que esses planos está condicionado por teorias e teóricos. Por analogia é possível considerar que esses elementos funcionam como o GPS comportamental e servem de indicadores dos caminhos, na qualidade de Pontos de Referência.
Vemos assim doutrinas e disciplinas baseadas em seus pensadores como apoios aos seguidores. Sócrates, Aristóteles, Platão, Descartes, Hegel, Marx, Tomas de Aquino, Agostinho de Hipona, Nietzsche, Kant, Budha, e por fim Jesus, entre centenas de outros.
A teoria geral do Espiritismo, esboçado por Allan Kardec, privilegia os grandes pensadores da humanidade e os enxerga como construtores do pensamento humano em todos os tempos e incentiva aos seus adeptos ao estudo de qualquer vertente que ofereça informações nutridoras dos grandes ideais. Centraliza em Jesus o seu Ponto de Referência.
Sem Jesus não há Espiritismo. Ele é o seu maior precursor. As suas pregações e discursos, com o uso de metáforas, escondem a lógica dos Princípios da Doutrina Espírita. E isso arrazoa que os espíritas estejam atentos para redefinir seus conceitos referenciais à luz das revelações do Cristo.
Os convites à aluvião de pensamentos dos tempos modernos devem ser postos sob a análise da lupa do Mestre da Galiléia. A sua mensagem repercutida 18 séculos depois pelo Espiritismo indica que é possível manter-se fiel ao referencial da solidariedade e propugna por toda sorte de ações e políticas que desenvolvam a Paz entre os povos e o sentimento de acolhimento a ser compartilhado por toda a humanidade. Nessa viagem Jesus é o nosso GPS.
Nenhum comentário:
Postar um comentário