Por Roberto Caldas
Há valores sem os quais a engrenagem das relações humanas não funcionam de forma equilibrada. Liderança, voluntarismo, dedicação, obstinação, criatividade, espirituosidade, paciência, abnegação, bondade, honestidade, alegria, esperança seriam alguns desses valores numa lista sem fim de tantos outros que se torna impossível enumerá-los por completo.
Geralmente a aquisição e prática dessas qualidades definem o comportamento e a personalidade dos seus detentores, cujas presenças acabam por ser desejadas na maioria dos ambientes sociais e causam bem estar aos circunstantes. Independem necessariamente de apresentação estética e sim com a sensação de sintonia e segurança.
Desnecessário afirmar que, assim como as abelhas são atraídas pelas flores e as plantas procuram a luz do sol, a busca da companhia dessas pessoas se faz de forma natural e muitas vezes até intuitiva, pela necessidade de nutrição por parte dos grupos que anseiam pelo hálito mental que secretam tantas vezes silenciosamente.
Apesar de não serem presença vulgar na paisagem humana, quando presentes, tornam muito comuns comentários a respeito dos estados de tranquilidade, estabilidade e repouso mental experimentado por aqueles que se beneficiam de suas presenças.
Aqueles atropelados pela pressa e a intolerância e tanto quanto os prisioneiros da fadiga e da ansiedade quase conseguem descansar a mente agitada e aflita ao contato com a aura invisível que envolve essas figuras que funcionam como uma espécie de polo de magia.
Dotados da arte de tornar o mundo melhor, podem se apresentar com habilidades nos diversos campos do conhecimento, cujas práticas enobrecem a inteligência humana e alargam as percepções das coletividades. Como estrelas, não presumem o próprio brilho, apenas testemunhado pelos outros.
Destacam-se nos campos da ciência, da filosofia, dos esportes, da educação, da espiritualidade e da arte, do cotidiano mesmo, cujas características são percebidas simplesmente porque trazem junto ao desempenho de suas tarefas uma mensagem que incentiva a mentalidade de renovação e de universalidade, de forma a suscitar uma visão ampliada de conexão entre todas as experiências humanas.
A presença dessas pessoas na terra é um verdadeiro alento diante de tantos horrores vividos pela humanidade. Conviver com elas deve ser uma experiência de encanto e iluminada oportunidade de aprender uma nova lição a cada dia. Como nesse extrato do poema/prosa de Ana Jácomo, em homenagem a sua avó Edith (Almas Perfumadas): “Tem gente que tem cheiro das estrelas que Deus acendeu no céu e daquelas que conseguimos acender na Terra. Ao lado delas, a gente não acha que o amor é possível, a gente tem certeza. Ao lado delas, a gente se sente visitando um lugar feito de alegria. Recebendo um buquê de carinhos. Abraçando um filhote de urso panda. Tocando com os olhos os olhos da paz. Ao lado delas, saboreamos a delícia do toque suave que sua presença sopra no nosso coração”.
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