Por Roberto Caldas
Há um adágio popular, e, portanto sem autor conhecido que subscreve uma verdade incontestável: “a cada cabeça uma sentença”
Verdade, aliás, reforçada como se pode apreciar pela principal obra do Espiritismo, O Livro dos Espíritos (q.833), como se pode ver a seguir: “Há no homem qualquer coisa que escape a todo o constrangimento, e pela qual ele goze de uma liberdade absoluta? – É pelo pensamento que o homem goza de uma liberdade sem limites, porque o pensamento não conhece entraves. Pode-se impedir a sua manifestação, mas não aniquilá-lo”
.A questão seguinte da mesma obra (q. 834) mostra o alcance dessa condição: “O homem é responsável pelo seu pensamento? – É responsável perante Deus. Só Deus, podendo conhecê-lo, condena-o ou absolve-o, segundo a sua justiça”.
Parece razoável que como principal “secreção” da mente, o pensamento seja o grande instrumento da capacidade de empreender conhecimento, mercê da habilidade em se refletir as realidades objetivas em contraponto com a subjetividade da interpretação de cada pessoa. É provavelmente do manejo desse instrumento (pensamento) é que se alicerçam os padrões de crenças e comportamentos.
O próprio afeto, dimensão humana tida por muitos como desvinculada da racionalidade, é consequência da articulação do pensamento. Justamente porque a afetividade é derivada da sintonia, resultado do processamento cognitivo, quando a mente abastece a sua necessidade de conhecer para conseguir amar.
Através do mapeamento do pensamento que se alcança a síntese das afetividades que exprime a compreensão a respeito das escolhas que ressaltam a formação da vida em sociedade. Aquilo que o pensamento registra e sedimenta decreta a atitude de cada um no mundo. E determina o que se aceita, o que se rejeita ao que se é indiferente.
O respeitado Nélson Mandela, um dos maiores ativistas políticos de nossa época, tendo vivido o inferno da rejeição a si e ao seu povo resume numa frase forte o quanto o curso de um pensamento que vira atitude social modifica a história: “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar".
A formação do pensamento está no alicerce da geração da atitude. Razões e afetos aplaudem ou repelem uma mesma ação humana, pela diferença de pontos de vista. Sempre que tal acontece é forçoso visitar a base profunda do pensamento que alimenta essa ação.
Convém o difícil exercício de equalizar a vibração da retórica e da opinião própria à vibração da retórica e da opinião de Jesus. Especialmente àqueles que entendem os ciclos de aprendizagem como uma busca do Espírito Imortal em torno de sua educação espiritual, através dos renascimentos, com o aperfeiçoamento da qualidade do pensamento e do afeto que repassam aos companheiros de romagem terrena. Chamado a opinar opine pela Paz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário