Por Alexandre Júnior
Vivemos em tempos sombrios, caminhamos por terrenos movediços, alguns insistem em ignorar, ou agarrados ao passado não se permitem sentir a brisa suave do progresso.
Fazemos parte de uma civilização, que pasmem! Uma parcela muito significativa, prefere a negação da ciência, e em meio ao caos e a morte de uma pandemia defendem o uso de medicamentos ineficazes, alguns inclusive que acarretaram mortes, pois além de sua ineficácia produziram adoecimentos e ceifaram vidas por contra indicações.
O Espiritismo tem sido aviltado, invadido por interpretações que o convidam ao conservadorismo, a omissão, o silenciamento e a neutralidade. Como se isso fosse possível!
Escuto ecoar em um certo contingente de espíritas brasileiros, àqueles que se afinam com o conservadorismo que solapava o nosso país, a produção de uma política de ainda mais desigualdade e injustiça social, sob as prerrogativas da lenda do comunismo, da ideologia de gênero, da mamadeira de piroca e do kit gay. Estes pensamentos são robustecidos por teorias religiosas fundamentalistas, que colocam o “Brasil acima de tudo, e Deus acima de todos”. Visam a partir de malabarismos filosóficos, introduzir o Espiritismo neste espaço, ou justificar este slogan a partir de seus conceitos.
Vale salientar, fazendo referência ao momento sociopolítico atual, o espiritismo não é omisso as questões que envolvem as nossas relações com o mundo, somos eminentemente sociais e políticos, ignorar esta essência formadora do humano é simplesmente desluzir a nossa essência subjetiva e espiritual.
Podemos votar em quem quisermos e demarcarmos lado não é incorreto. O que reiteramos; é o dever de estarmos do lado da democracia, precisamos defender o Estado Democrático de Direito, o Estado laico e as populações desamparadas pelas políticas públicas. Carecemos estar inseridos no mundo para a partir desta imersão, sermos capazes de formarmos uma sociedade mais justa e igual.
De modo, que nestas épocas sombrias do bolsonarismo, esta prática política nefasta e de morte, evocar a neutralidade dos espíritas, escamoteando o que se pensa em nome de uma ilusória, censurada e perigosa paz, não seria uma ação espírita na acepção democrática que este pertencimento oferece.
Jesus de Nazaré, foi assassinado por não ser omisso, não esteve em nenhum momento ao lado dos poderosos, ou com os armamentistas e belicosos. Assusto-me constantemente com teorias defendidas por estes mesmos espíritas conservadores, que visam justificar uma política belicosa e armamentista!
É preciso compreender o momento Histórico que estamos inseridos. Um candidato defende abertamente a tortura, a sonegação de impostos, disse para que todas as pessoas pudessem ouvir, mostrando não ser estas informações as Fake News, tão utilizadas por ele mesmo, “Não te estupro porque você é feia”. Atrasou a compra de vacinas, durante a pandemia da COVID – 19, pois estava negociando o valor da propina. Se referiu ao nosso povo preto, sugerindo que fossem pesados em arrobas, disse que nem para procriar serviam. Se refere ao povo Nordestino como “Paraíba cabeça chata e pau de arara”. Disse que, “Se Jesus estivesse vivo entre nós certamente compraria uma pistola.” Falas como “Cuidado, ivermectina mata bicha”. Compra de 51 imóveis com dinheiro vivo. Rachadinha. Vídeo ensinando como transportar dinheiro de propina em caixas de sapato. Áudios sobre a corrupção no Ministério da Educação, entregue a religiosos e não a Educadores de carreira. Live onde encontra um grupo de meninas de 13 a 15 anos, onde, parou a moto, pois “rolou um clima”!
Se você concorda com tudo isso, manifeste-se, não se esconda, assuma-se!
Mas de antemão, não exija meu silêncio, ou brade sua posição de neutralidade, como se esta imparcialidade lhe validasse uma moralidade superior, própria dos subservientes ou concordantes da empáfia dos que julgam ser a omissão uma alternativa para os espíritas, pois como bem diz Paulo Freire, ““Não existe imparcialidade. Todos são orientados por uma base ideológica. A questão é: sua base ideológica é inclusiva ou excludente?”
Para encerrar e só para não esquecer: “Brasil igual para todos e com respeito ao Deus de cada um.”
Muito lúcido, o meu amigo Alexandre.
ResponderExcluirChico era submisso e permissível,isso garante vida longa,já seguir Jesus...
ResponderExcluirEspíritas com medo da morte?! 😏
Comungo do pensamento de Alexandre: nós não podemos nos calar e falsear uma neutralidade que não existe. Kardec apontou a missão do espírito e nós devemos caminhar para o progresso da coletividade, auxiliando uns aos outros. É inadmíssivel se dizer espírita e alinhar-se com os propósitos de um governo armamentista.
ResponderExcluirExcelente artigo! Material para reflexão dos que precisam sair da fascinação coletiva que assolou o mundo. Repleto de bom senso. Parabéns!
ResponderExcluirInteressante como muitas pessoas negam o que aconteceu a tão pouco tempo. Alexandre, obrigada pelas citações. É muito importante serem lembradas. Não se pode ser conivente com tal situação. Parabéns!!!
ResponderExcluirAlexandre, o combate ao facismo é indispensável.Revelar as contradições, a incoerência das práticas doutrinárias com a essência do espiritismo e do cristianismo. Existe um estado de cegueira que não se percebe que a defesa do facismo ameaça a própria liberdade, chega a ser perversa.
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