terça-feira, 8 de novembro de 2022

O FASCÍNIO DA VERDADE

 



 Por Roberto Caldas

      

A sabedoria que está expressa na descrição dos relatos dos caminhos trafegados por Jesus exalta um compenetrado compromisso de sua vida com a verdade. A capacidade que demonstrava em reconhecer as fragilidades daqueles que o seguiam não o impediam de ser enfático na defesa das realidades espirituais que anunciava.

Sua atitude de serenidade e compreensão ante as falhas humanas não se contrapunham à incisiva defesa dos seus princípios. Nada dobrava a sua certeza que acabou por encarar a própria morte sem titubeios quando o preço de sua vida seria ceder à verdade que norteava a sua vida.

Quando pretendemos seguir a Jesus é forçoso questionar o quanto se está disposto a olhar o mundo pelo prisma da verdade, mesmo contando com as claudicações típicas das vacilações que acometem aos imperfeitos de plantão. Afinal, a quem interessa a mentira?

Por conceito a mentira significa “engano propositado, falsidade”. Ser fonte da mentira debilita o caráter de quem o faz. Alardeá-la e assa-la adiante torna cúmplice quem o faz e igualmente perverte o caráter. Pensar que é possível manter-se em equilíbrio espiritual enquanto se relaciona com falsas estratégias que disseminam torpezas é grave engano que pode ser cometido pelo aprendiz das lições divinas do evangelho de Jesus.

Importante que se evite a confusão entre a liberdade de pensar e agir, um direito inalienável que a civilização dispõe para o usufruto de todas as pessoas sem qualquer distinção, com a disposição de gerar e difundir conteúdos sabidamente falsos com a intenção de alcançar massa acrítica e obter com isso dividendos de uma crença destituída de filtros.

Ao Mestre, essa possibilidade já ocupava a sua atenção. No capítulo 7 do Evangelho de Mateus, Jesus orienta a disposição de medir-se com a mesma medida que aplicasse ao outro, pela importância de ver a trave do próprio olho antes de apontar o argueiro no olho de alguém e lança no versículo 15 um lembrete ao que se lançam à aventura de seguir pretensos conselheiros, ao disparar:” Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores”.

A vitória, em qualquer empreendimento que incentive a participação daqueles que intentam seguir a Jesus, obrigatoriamente precisa estar em plena aliança com a verdade. O contrário disso é caminho para conflagração destruidora que gera apenas perdedores para todos os lados, mesmo que possa aparentemente exibir vencedores.

Os seguidores de Jesus sabem. Vitória só há quando os sentimentos e emoções que nos perpassem à alma possam espelhar a realidade dos ensinamentos imorredouros do Mestre, os quais se encontram fincados nas suas promessas de constituir-se no “Caminho, Verdade e Vida”, na certeza de que as pretensões de chegar ao Pai passam por atender ao seu chamado de deixar que “de nossa boca não sejam lançadas palavras torpes”, segundo anuncia o apóstolo Paulo em Carta aos Efésios(4:29).

                                                      




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