quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

ILUSÕES... DA POSSE, DO PODER, ENTRE OUTRAS.

 


Por Orson P. Carrara

Impressionou-me a atualidade da abordagem, esquecida no tempo e nas páginas de um pequeno livro, pouco conhecido. Dentre os textos – apenas duas dezenas de capítulos – e depois da metade do pequeno livro de 100 páginas, encontramos o capítulo Velho Processo.

O texto se refere à ilusão de posse, tanto de poder como de volume de dinheiro, iniciando o primeiro parágrafo e citando Judas que se deixou fascinar pela perspectiva de ganho e de evidência pessoal. E assim tem sido em todos os tempos: a sedução pelo fácil ganho, pelo domínio sobre outros, pela evidência e autopromoção pessoal. Fruto, claro, da imaturidade que ainda nos situamos, sempre buscando tirar vantagens ou proveitos pessoais, sem pensar ou considerar consequências, especialmente aquelas que causam lesões variadas.

E, como destaca o autor, tais ocorrências não ficaram circunscritas à época. Avançaram no tempo e ainda estão conosco. Veja que atual raciocínio:

“(...) Para que os judeus pudessem satisfazer suas velhas ambições de domínio, sacerdotes e anciãos, à custa de soma vultosa, compraram-nos, capciosamente, transportando-os de uma situação honrosa para o caminho negro da deslealdade (...)”, referindo-se à obtenção de lucro fácil e facilidades, a qualquer custo.

Que atualidade, meu Deus! Que vergonha que ainda permanece conosco! Que identificação plena com nossos dias da atualidade. E destaco outro trecho:

“(...) Em todas as fases do Cristianismo, a maioria dos trabalhadores recebeu a sugestão do velho processo, e poucos aprendizes se portaram, até o fim, superiores à sedução de muito dinheiro (...)”. Ontem “(...) distribuíam-se coroas, títulos, terras e prerrogativas (...). Hoje, as coroas e as terras são escassos, mas os títulos bancários e os privilégios políticos funcionam muito bem (...)”. Meu Deus, repito, que atualidade!

E continua o autor:

“(...) E basta que surja o discípulo preparado ao serviço do Cristo, e aparecem logo os antigos anciãos, em outras vestes, com as mesmas propostas (...)”.

E como considera o autor, o verdadeiro apelo de Jesus fica esquecido ou confundido nos interesses movidos por paixões diversas. Por isso a recomendação sempre recorrente da vigilância, porque estamos todos sujeitos a permanecermos adormecidos com “(...) a visão de muito dinheiro.”.

Pois é.... Parece que nem é preciso dizer mais nada. O processo é o mesmo, ainda continua em uso, nas ilusões todas que aí estão.... Parece que foi escrito ontem. Mas faltou o principal. O livro é Levantar e Seguir, de Emmanuel/Chico Xavier (edição GEEM).

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