Na Noruega, fazem esse gesto para que os vizinhos possam aproveitar as maçãs em excesso, ao invés de deixá-las aprodecerem.
Por Roberto Caldas
O termo “capital” tem rica diversidade de compreensões. Serve para designara cabeça; pode indicar a sede de um governo; relaciona-se com reservas financeiras e, se agrupado ao termo “humano” se volta à importância das pessoas. Uma de suas mais difundidas significâncias é sobejamente difundida nos mercados de investimentos para retratar o acúmulo pecuniário obtido por conglomerados empresariais.
O emprego desse termo e a vivência que a sociedade faz dele é capítulo sensível de discussão para que se busque saídas para a confusão que se criou quando a humanidade passou a ser sufocada e castigada por uma minoria que optou pelos caminhos que privilegiam a riqueza material em detrimento da solidariedade geral.
Grandes pensadores ocuparam muitas horas de suas reflexões para debater regras que tornassem a defasagem entre esses valores existenciais um abismo menor, de forma que o termômetro das necessárias mudanças não fossem medidas apenas pelas vantagens ou desvantagens dos índices de escâmbio que determina o humor dos mercados.
Fatos históricos dão a marca dessa tendência que alimenta os poderosos da terra. Houve verdadeiro escândalo entre os financistas quando o Brasil, finalmente depois de 450 anos aboliu a infâmia da escravatura. Para aqueles, os negros deveriam permanecer sob a humilhante condição de captura da dignidade humana, desde que essa condição infame produzisse mais lucros. O mesmo sucedeu com outros avanços sociais que gritaram pela adoção de uma política que ensejasse reduzir as desigualdades.
A humanidade faz parte de uma só raça, a raça humana. Intentar contra essa realidade com o fomento da visão em que haja pessoas com maior ou menor valor atenta contra todas as orientações que fundaram as maiores Religiões do planeta, entre essas o Cristianismo, cuja expressão maior se encontra no Ocidente. Jesus, servindo de escultura para essa doutrina foi o primeiro a combater a exploração da pessoa pela pessoa. Sua fala reconhecia a existência do poder material. O convite, porém era pela busca do poder espiritual.
Recomendando que se desse “a Cesar e a Deus “o que lhes fosse devido tocou diretamente na complexidade da dupla condição inerente ao Espírito encarnado que se vê convidado a entender que essas realidades se tocam, mas são diferentes uma da outra. São duas maneiras de ver o mundo e de agir no mundo.
Nada pior para os destinos da humanidade do que se trocar o capital humano pelo capital financeiro. Nada mais degradante do se saber que mais de 10% da população global se encontra abaixo da linha da miséria, sem condições até para fazer uma refeição diária.
Vemos os estertores de uma civilização que terá que dobrar os joelhos para novos ventos. Afinal a figura de César numa moeda nada mais representa de grandiosidade, pois o tempo a sepultou. O tempo de Jesus, esse sequer chegou, mas certamente quando o fizer será o despertar da humanidade para a convivência harmoniosa e colaborativa, na qual quem detiver mais de qualquer riqueza (material ou espiritual) estará disposto a compartilhar.
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