sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

VIVER NO MUNDO SOB LEIS ESPIRITUAIS

                

Por Roberto Caldas

             As leis que regem a relação entre as pessoas são fruto de um conjunto de preceitos e regras que estabelecem os direitos e os deveres dentro de uma sociedade. A forma e alcance de tais leis dependem da época em que foram definidas e do senso daqueles que são reconhecidos como legisladores, os seus autores.

            As leis naturais, essas não foram criadas e sim observadas e descritas, como se vê nos casos da Física, da Química e da Matemática.  Diferente dos códigos legais que descrevem formas de azeitar a convivência entre as pessoas e definem limites entre o aceitável e o condenável, consequência das necessidades de cada tempo e de cada país.

            À parte das leis naturais, certamente uma de suas variáveis, há as leis espirituais, que evocam padrões de entendimento nem sempre explicados pela visão meramente racional.

            O contexto da espiritualidade exige o mergulho de pensamento no profundo oceano do invisível. Nesse oceano o modelo de crença se torna importante elemento para a compreensão de como funciona a regulação dos relacionamentos entre as mentes vinculadas. Há crenças que não permitem que se vá além daquilo que é visto e tocado.

            A Doutrina Espírita apresenta esse espaço invisível na condição de realidade primária, objetiva, enquanto dispõe o mundo material como uma instância transitória e, portanto sob a influência contínua das leis espirituais. Pondera que o que separa um compartimento do outro é apenas a existência do corpo físico. Assim, considera que toda e qualquer ato, seja do pensar, do falar e do fazer são reais causando consequências imediatas e de transformação tanto numa quanto na outra realidade.

            As leis que regem o relacionamento das pessoas, sob o prisma do Espiritismo, mostram uma amplitude que supera inapelavelmente o que se encontra previsto nos tratados do Direito, sendo esse uma Ciência Social de extrema importância para a convivência civilizada. Porém, e não poderia ser diferente, todo o seu arrazoado é limitado pelos atos concretos que são cometidos na sociedade.

            A visão que entrelaça o mundo espiritual e o mundo dos encarnados num único espaço, cuja linha de separação é o corpo físico, predispõe a compreensão de que toda ação é indutora de mudança. E essa mudança, dependendo de sua natureza, apesar de não ser detectada de pronto é capaz de gerar condições de equilíbrio ou desequilíbrio. 

            Ainda muito materializada, a humanidade haverá de avançar importante passo rumo à Civilidade quando despertar para a existência de leis espirituais que regem a vida de todas as pessoas. A adoção de um modelo que nos permita reconhecer que as trocas sociais têm embutidas em si uma relação entre Espíritos Imortais, certamente trariam maior valor na avaliação da importância do outro na relação de todo dia.

            A resultante mais saudável à compreensão das leis espirituais atuando sobre os atos da vida no corpo, talvez fosse uma comunidade humana mais fraterna e mais feliz.        

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