Por Doris Gandres
Buscamos respostas às tribulações dos nossos dias continuando a lançar os mesmos gritos desgastados em busca de socorro paternalista, de amparo salvacionista, de consolação ilusória... Ou estufamos o peito e empostamos a voz recitando teorias individuais, recolhidas em conformidade com os nossos anseios, com os nossos interesses, com o nosso egoísmo... Crianças milenares, continuamos a esperar que nos carreguem no colo, que nos levem pela mão, que decidam por nós; ou continuamos a acreditar que a nossa presunção poderá mascarar a nossa ignorância.
Trabalhadores ou dirigentes, continuamos buscando na ilusão o caminho mais fácil, tentando acreditar que meias-verdades não são omissões, são caridade; que ao amor não cabe esclarecer, somente amar, como se conduzir ternamente à libertação não fosse amar... Como se Jesus ao socorrer, ao consolar, não exortasse: “vai e não peques mais”...
Poucos os que, sob o peso de ansiedades e sofrimentos acumulados, afugentaram o medo e deram dolorosamente o primeiro passo ao encontro do único caminho capaz de nos levar ao encontro da paz: o da verdade.
Os que seguiram pela “porta larga” olham-nos como bichos estranhos, de convívio pouco agradável, põem-se em guarda... Fingem não saber que apenas estão retardando mais ainda o seu momento; que não poderão evitá-lo indefinidamente; que a cada omissão, a cada fuga, comprometem-se cada vez mais... E os que fizeram finalmente a única opção compatível com a razão seguem adiante, ainda que aos tropeços, ferindo-se ainda aqui e ali, porém cada vez mais confiantes porque a cada passo descortina-se maior e mais claramente o horizonte à sua frente...
Espíritas que buscamos ser, afugentemos o medo. Tomemos Kardec como exemplo e, estudando e apreendendo cada um dos ensinamentos da Codificação, por mais difíceis possam eles nos parecer, procuremos com empenho fazer a nossa parte, o melhor que pudermos, tendo sempre em mente as palavras de Jesus: “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.
Quantas sejam as federações, as instituições, os centros, os dirigentes, os companheiros, enfim todos quanto ainda prefiram a estrada aparentemente larga e florida da ilusão e da bonomia conivente, os que já não tememos porque compreendemos, prossigamos – ainda que aparentemente sós, pois que em nossa mente, em nossos espíritos, ressoam as palavras de vitória e incentivo de Jesus: “Disse-vos estas coisas para que em mim tenhais a paz. No mundo tendes aflições. Mas tende confiança, eu venci o mundo.” (João 16:13).
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