Por Roberto Caldas
É tempo de mudar. A encarnação na Terra, o presente que a existência nos deu, é convite constante ao progresso. Progredir significa tornar o dia novo algo melhor em relação àquele que passou. A estagnação é justamente o contrário, quando se experimenta as mesmas sensações não desejadas por longo tempo, como se fôssemos apenas um passageiro da vida, incapazes de transformar a realidade vivenciada. Nenhuma situação é boa ou má por si mesma, senão pelo bem ou mal estar que provoca à pessoa e ao meio social onde ocorre, razão pela qual é desejável a leitura individual sempre que algo nos encanta ou incomoda, pela necessidade de decidir quanto à aceitação ou rejeição ao panorama que se apresenta.
No capítulo V de O Evangelho 2do o Espiritismo (Bem-Aventurados os Aflitos) Allan Kardec se reporta às causas das aflições dividindo-as em dois tipos, a considerar aquelas com origem em existências anteriores ao lado de outras causas originadas no presente. Nas duas formas de aflição, quem as experimenta é quem as criou. Aquelas geradas no presente geralmente estão na raiz dos grandes problemas que acometem a sociedade humana e se não forem saneadas se tornarão problemas para as próximas encarnações. Dessa forma que se acaba por prejudicar o ciclo das encarnações, adiando-se soluções para problemas do atual momento.
Os embates que se desenrolam a nossa frente, lembradas ou não as suas causas, estão na pauta das necessidades de crescimento individual, sempre de fácil solução para aquele que só observa e tão difícil para quem os enfrenta. É que tais questões movimentam situações internas que fogem à compreensão do outro e a cada um cabe exatamente as dificuldades que desafiam a mudança do padrão de comportamento que impede ao Espírito encarnado o aprendizado de novos caminhos. A maior das lições que podemos aprender com a vida é que ela é justa. Toda e qualquer experiência que estivermos vivendo, independente de qual natureza a dor que provoque, sempre será uma resposta à atitude e comportamento empreendidos nessa ou noutra encarnação.
Diante da rotina de cada dia, a mensagem de Jesus se mostra como luz reveladora do caminho. Foi Ele quem prometeu descanso nas aflições. “Meu jugo é leve e meu fardo suave” (Mateus XI; 28 a 30). Ensinou que cada um possui as próprias aflições, mas nada impede de reformar a realidade, numa atitude saneadora de transformar as dificuldades em instrumentos de experiência libertadora.
A existência, o presente de Deus no caminho da evolução espiritual, convida à mudança diante dos problemas. Jesus sempre que realizava as suas curas propunha novas posturas ao beneficiário de suas ações terapêuticas: “levanta-te e anda; vai, a tua fé te curou; vai e não tornes a pecar”. Jesus não curava simplesmente. Ele ensinava que é na mudança de atitude que cada um alcançaria a própria cura. A sua mensagem imorredoura é um grande instrumento para a mudança que necessitamos em nossas vidas. É tempo de mudar, antes que o tempo nos cobre o que foi deixado sem solução.
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