Por Ana Cláudia Laurindo
Quando essa lama pegajosa criada pelo ódio nos deixará dormir?
Por mais que tentemos elencar as maravilhas do existir, os transgressores da liberdade, dos direitos, da paz coletiva desse país, seguem ferindo, causando pânico e matando, espalhando pesadelos.
Quando as dores sociais surgem de tantos ângulos, afetando nosso humor e diminuindo a confiança e a esperança, atingimos o limite do suportável e precisamos nos amparar em redes de afeto, para não adoecermos profundamente.
Aqueles que estão pilhando a história desse Brasil contemporâneo parecem não adoecer, talvez porque já sejam parte da doença. Contudo, a ausência dos brasileiros altruístas será ocupada em cada canto por um fascista simpatizante do autoritarismo, da misoginia, da intolerância extrema propagada pela direita embolorada de princípios nazistas.
Cada voz maviosa se tornou necessária, precisamos que cantem e embalem a alegria de continuar, apesar de…
Cada escrita potente, precisa sair da mente, virar código gráfico, preencher os espaços das redes sociais, onde a mídia online recruta gente.
Resistentes, mas cuidadosos, atentos, conscientes dos riscos de cada momento, sem perder as floradas e os frutos das conquistas.
Quando o mal nos grita sua vitória mostrando mais um adolescente assassino ceifando violentamente a poesia da juventude estudantil brasileira e o feminicídio se tornou morte anunciada em vídeo, precisamos reagir com a luta coletiva em defesa da vida.
O crime não poderá ser banalizado.
A revolta não deverá nos paralisar!
Use sua forma de encanto e dissemine acolhida, até que nos encontremos em um grande abraço nessa hora que nos parece perdida.
Outros e outras estão nas lides. Nas lutas parlamentares, na defesa institucional da terra e dos filhos que os mares e rios geraram. Nós, povo brasileiro estamos em luta!
Identificando o político perverso que utiliza a democracia para reverter seus propósitos e macular seus princípios, na busca do pesadelo ditatorial, usurpador de direitos e distribuidor de sentenças criminosas, estamos aprendendo sobre votos, eleições e candidaturas.
Somos lutadores, sim. Mas merecemos pausas, descansos, ludicidade, cultura, música, poesia e qualidade de vida material para acessar estas coisas.
Querem nos envolver diuturnamente nas querelas vulgares, nas violências e afetações da alma, para deixar o campo livre aos insensatos, inimigos do próprio povo.
O Brasil merece nosso cansaço, lágrimas e lamentos, mas também precisa da nossa alegria, esperança e contentamento existencial.
Ás vezes parece que estamos no meio de uma emboscada, e neste ponto o acesso à inteligência convoca as sabedorias herdadas. Não fique sozinho nas trincheiras cinzentas, busque ajuda, procure fortaleza.
Não dá para resumir em letras este momento de ataques, mas o amor que nos guiou até esta subida nunca falhou como comburente, fonte de energia e conquista de horizontes encobertos. Nesse amor eu acredito, segurada nele preciso seguir.
Quero te encontrar no caminho. Não desista de nós.
É isso Ana Cláudia, não podemos esquecer q somos brasileiros e não desistimos nunca. Gratidão. Doris Madeira Gandres.
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