Genocídio do povo tutsi em Ruanada, ocorrido há 29 anos |
Por Doris Gandres
Atualmente, mais do que antes, as pessoas em geral se sentem impactadas pelos nefastos acontecimentos que assolam a humanidade, em todos os níveis, em todos os lugares. Atos os mais assustadores, mais inesperados, mais cruéis até se poderia dizer, vêm sendo perpetrados com uma frequência cada vez maior – nem bem um aconteceu, pouco depois surge outro. E, a maioria, fruto de um planejamento prévio, cuidadoso, detalhadamente premeditado...
Por outro lado, vemos a Natureza desgastada responder ao descaso e aos abusos cometidos ao longo de séculos, de milênios; devastamos, poluímos, construímos desordenadamente, ocupando espaços e áreas a despeito do desequilíbrio que isso pudesse gerar – e tem gerado – tudo em nome da ganância e da sede de poder, de todo e qualquer tipo de poder, priorizando sempre o interesse pessoal acima de tudo.
Em resposta à pergunta de Kardec se a perversidade do homem não estaria crescendo ao invés de diminuir, os Espíritos disseram que não, que observando o conjunto pode-se notar que o homem avança, pois vai compreendendo melhor o que é o mal, e dia a dia corrige os seus abusos; que é preciso que haja o excesso do mal para fazer-lhe compreender a necessidade do bem e das reformas (1). Sábios e tolerantes, entendendo as nossas condições de espíritos ainda necessitados da dor para compreender que o amor é o caminho seguro para nossa redenção...
Igualmente nos esclarecem ao explicar que todo conhecimento e todas as experiências são fundamentais ao nosso crescimento espiritual, inclusive o conhecimento do bem e do mal (2) – o que não significa que devemos praticar o mal para conhecê-lo: nossa consciência, onde está inscrita a lei divina, o pressente e nos adverte por sinais que muitas vezes tudo fazemos para ignorar... Ainda advertem que não é proibido ver o mal, quando o mal existe e que seria mesmo inconveniente ver-se por toda parte somente o bem: essa ilusão prejudicaria o progresso (3).
Portanto, fechar olhos e ouvidos para não tomar conhecimento dos tristes e desastrosos fatos que estão ocorrendo em nada nos favorece, além de que esse posicionamento nos impede de colaborar de alguma forma para minimizar condições e situações dolorosas; e se não for possível por meio de atitudes e atos concretos, que seja através de boas vibrações a todos os envolvidos.
Lembramos ainda que já temos conhecimento acerca da psicosfera que nos envolve e ao nosso planeta, presentemente sobremaneira carregada de vibrações pesadas e nocivas, atraindo, consequentemente, por afinidade e sintonia, outras tantas energias similares de todas as dimensões, o que dificulta enormemente o desenvolvimento e o progresso da humanidade.
Allan Kardec nos alerta: “Até que a humanidade haja crescido suficientemente em perfeição pela inteligência e pela prática das leis divinas, as maiores perturbações serão causadas pelo homem e não pela natureza, isto é, serão mais morais e sociais do que físicas” (4). E é o que vimos constatando face a esses graves transtornos ético-fraternos mundiais.
Contudo, apesar de tudo, apesar de nós, a lei do progresso é lei natural, inevitável, inexorável, que a todos e a tudo arrastam para a perfeição relativa que toda a criação pode alcançar – podemos retardar nosso avanço, dificultá-lo, mas jamais impedi-lo! Malgrado nossa ignorância, nossa insensatez, nosso orgulho e egoísmo, todos somos em essência espíritos crísticos e terminaremos por eliminar todas as nossas inferioridades, em conformidade com a afirmativa do Irmão Maior, Jesus de Nazaré: sois deuses, fareis tudo que eu faço e muito mais. Assim, não vamos nos desesperar, nem nos apavorar diante dos obstáculos da caminhada, pois que ninguém está fora de lugar nem no tempo errado – foram muitos milênios de escolhas e construções equivocadas que os geraram. E foram muito claras as instruções transmitidas quanto à missão dos Espíritos encarnados: Instruir os homens, ajudá-los a avançar e melhorar as suas instituições por meios diretos e materiais (5).
Chegará o momento em que seremos capazes de cumprir a Lei Maior: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo; e então praticar em sua integridade a lei de justiça, de amor e de caridade esclarecida para com todos.
Referências:
(1) O Livro dos Espíritos – q.784
(2) Idem, q.634
(3) O Evangelho Segundo o Espíritismo, cap.X, item 20
(4) A Gênese, cap.IX, item 14
(5) O Livro dos Espíritos – q.573
Este texto é um excelente incentivo à continuação de estudos do Espiritismo. Ainda não sabemos, ou desvendamos todos os ensinamentos dos Espíritos. Urge a busca constante.
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