quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

A BASE RELIGIOSA DA HUMANIDADE

 


Por Doris Gandres

O homem tem o sentimento inato da divindade – é uma lei natural. Desde que o espírito chega ao estado hominal, mesmo ainda muito primitivo e selvagem, traz a intuição de algo superior a ele...

Essa religiosidade inata deu origem a inúmeras formas de religião no decorrer do tempo – inicialmente, simples e ignorantes, assustávamo-nos com os fenômenos da natureza: os raios, os trovões, as grandes tempestades, os fortes ventos... passamos então a adorar tais fenômenos, cujo feito atribuíamos a seres extrafísicos, criando para eles nomes próprios, rituais específicos, como homenagem visando abrandar sua fúria...

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

DINHEIRO É COMPATÍVEL COM ESPIRITUALIDADE?

 


 Por Dora Incontri

Diariamente, assistimos no Brasil, ao crescimento e ao domínio de um certo neopentecostalismo, que tem expressão bizarra, explorando a fé do povo, com pastores se enriquecendo desmedidamente. São os Malafaias e Edir Macedos da vida que arrancam o dízimo dos mais pobres (e muitas vezes mais do que o dízimo) e fazem um comércio descarado da fé. E traem o próprio espírito da Reforma, que nasceu como oposição ao mercado das chamadas indulgências, que a Igreja católica praticava então.

domingo, 18 de fevereiro de 2024

AONDE ESTARÁ O ESPAÇO DA PAZ?

 

Por Roberto Caldas

        Corações e mentes inquietas acompanham o passar de mais uma noite sem conseguirem silenciar angústias e medos diante da expectativa de um  despertar do sol, cujo dia raiado projeta agruras, infortúnios, desventuras. Muitos há que perambulam as vielas do mundo sob a perseguição de sofrimentos inimagináveis por aqueles que lhes desconhecem a realidade espinhosa. São os filhos da fome, da guerra, do egoísmo e da ambição humana.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

ISRAEL E PALESTINA - UMA GUERRA SANTA?¹

 

Por Dora Incontri

Um aspecto muito peculiar em minha trajetória de vida é o trabalho de diálogo inter-religioso, que inclui judeus e muçulmanos, Rabinos e Sheiks, e por isso considero intolerável tanto sangue derramado entre esses lados ou quaisquer outros. Assim devo dizer que enfrentei conflitos internos (de ordem afetiva) para escrever sobre esse tema, mas resolvi vencê-los, porque estava me sentindo tomada por culpa de covardia e omissão, se não tecesse algumas reflexões. Apesar do fato de que qualquer escrito pouco serve para ajudar a parar a matança sem medida que está sendo praticada contra crianças, mulheres e toda uma população indefesa da faixa de Gaza. Ontem, as notícias de novo bombardeio, justo onde estavam os refugiados, na fronteira do Egito, de milhares de pessoas encurraladas, acendeu-me nova indignação. Pelo menos, ao escrever, lamentar, criticar, conclamar à paz, podemos deixar um registro histórico para o futuro de que havia pessoas no mundo, que se importavam. E há muitas! Admirável a constância de dois influenciadores que sigo nas redes sociais, incansáveis, firmes e corajosos em tais denúncias: Hildegard Angel e Thiago Ávila.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

A FISIOLOGIA DA DESENCARNAÇÃO - PARTE I

 

Por Jerri Almeida

“Por ser exclusivamente material, o corpo sofre as vicissitudes da matéria. Depois de funcionar por algum tempo, ele se desorganiza e decompõe. O princípio vital, não mais encontrando elemento para sua atividade, se extingue e o corpo morre. O Espírito, para quem, este, carente de vida, se torna inútil, deixa-o, como se deixa uma casa em ruínas, ou uma roupa imprestável.”

(Allan Kardec, A Gênese, Cap. XI, item 13)

domingo, 11 de fevereiro de 2024

AINDA TANTOS ABISMOS?

 

Por Marcelo Henrique

Há muitas décadas – quase quatro – convivo nas diversas “ambiências” espíritas.

Neste tempo todo, tive a oportunidade de conhecer (quase) todos os “guetos” espíritas – o termo não é pejorativo, mas apenas simboliza a distância (provocada e real) entre os segmentos que se utilizam da Filosofia Espírita como referência conceitual.

Cada qual possui a SUA verdade e é inconciliável qualquer tentativa de pactuação em torno de trabalhos conjuntos ou ações comuns.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

O PUNITIVISMO DAS RELIGIÕES¹

 

Por Dora Incontri

Desde o momento em que nascemos, estamos enredados numa sociedade que procura nos condicionar o comportamento na base de castigos e recompensas: desde a criança ser posta “para pensar” no quarto ou no canto da sala de aula (verdadeiro horror que passa a mensagem de que pensar é castigo), até além da vida, a promessa de punição do fogo do inferno ou nas doutrinas reencarnacionistas, o resgate cármico através de múltiplas existências. Na educação, a recompensa de presentes e para depois da morte, o paraíso com harpas. Somos tão condicionados a essa forma de raciocínio justiceiro e de barganha, que torcemos o tempo todo pela destruição do outro, que julgamos mau, ou empunhamos em nós mesmos o autoflagelo da chamada culpa cristã. A motivação consumista da vida capitalista é outra forma infantilizada de auto recompensa se formos bonzinhos e trabalharmos bem.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

PROPÓSITO, VONTADE E DECISÃO

 

Por Roberto Caldas

Escolhas exibidas no decorrer de uma existência esbarram numa tríade de palavras que conferem materialidade aos atos e comportamentos de cada um. Propósito, Vontade e Decisão são grandezas interiores que estabelecem as condições para que a ideia se torne construção. O Propósito fala sobre a ideação que projeta um desejo de realização. A Vontade funciona como uma força mista que envolve o desejo e a necessidade de chegar-se a um objetivo. A decisão representa a força interna que alia propósito à vontade e busca no fermento da atitude fazer surgir o produto final da realidade pretendida.

sábado, 3 de fevereiro de 2024

SEVERIDADE DAS LEIS

 

Por Doris Gandres

Hoje vemos as autoridades competentes dedicarem-se a proporcionar à sociedade maior cobertura legal e jurídica por meio de leis mais rigorosas, exigindo de seus executores em todas as instâncias mais atenção e empenho na sua aplicação criteriosa e imparcial.

Isso de certa forma nos satisfaz, enquanto que, ao mesmo tempo, nos entristece. Se por um lado essa observância mais eficaz tem-se demonstrado capaz de atingir até mesmo aqueles que até a pouco estavam – ou julgavam estar – acima da lei, regozijando-se com a impunidade flagrante, por outro lado vem mostrar claramente o quanto ainda somos uma sociedade necessitada de “rédeas curtas”, “cabresto apertado”.